Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, rejeitou a hipótese de implantar tropas da Aliança Atlântica na Ucrânia.
"A OTAN não destacará tropas de combate para a Ucrânia", disse ele em entrevista à emissora CNN.
Stoltenberg afirmou ainda que o bloco militar enviará nesta semana, em paralelo com os EUA, uma resposta escrita às propostas de segurança europeia russas.
A OTAN está pronta para "se sentar e discutir o controle de armas, desarmamento, transparência nas atividades militares, mecanismos de redução de risco e outros problemas que são relevantes para a segurança europeia", revelou.
"Mas não estamos prontos para comprometer os princípios fundamentais", advertiu o secretário-geral.
Nesta terça-feira (25) Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, disse que nenhum país da OTAN estava pronto para destacar um grande contingente de tropas para a Ucrânia, apesar de também ameaçar a Rússia, em conjunto com Washington, com as maiores sanções de todos os tempos se invadisse seu vizinho.
Já Zoran Milanovic, presidente da Croácia, anunciou que o país retiraria seus militares das forças da OTAN no Leste Europeu em caso de um conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia.
Avanços da OTAN e resposta da Rússia
A Rússia tem negado repetidamente pretender invadir a Ucrânia, dizendo que a movimentação de tropas dentro de suas fronteiras não deve preocupar ninguém, e explica ao mesmo tempo que isso é em resposta à militarização junto das fronteiras russas por parte da OTAN, incluindo na Ucrânia, que não é oficialmente Estado-membro.
Desde 2014, quando um golpe de Estado retirou do poder o democraticamente eleito presidente ucraniano Viktor Yanukovich, Kiev tem aumentado sua cooperação com o Ocidente, incluindo a nível militar, recebendo armas, treinamento, investimento em infraestrutura militar e até conduzindo exercícios conjuntos com Estados-membros da OTAN.
Em dezembro Moscou propôs projetos de acordo que procuravam reformular o ambiente de segurança europeu, incluindo a não colocação de mísseis, tropas e realização de exercícios militares na proximidade entre a Rússia e a OTAN. O Kremlin também rejeitou uma continuação da expansão da Aliança Atlântica, e instou a organização a deixar de aproveitar militarmente o território de vizinhos russos. No entanto, as negociações entre os dois lados não têm tido sucesso até agora.