Para Hugo Pizzi, premiado especialista em doenças infecciosas da Universidade de Córdoba, na Argentina, o resultado de um recente estudo comparativo ítalo-russo sobre a vacina Sputnik V e a Pfizer, realizado em um laboratório de Roma, pode ser descrito como "conclusivo e encorajador". O estudo aponta que a vacina russa chega a ser 2,1 vezes mais eficiente contra a variante Ômicron do que o imunizante da Pfizer.
Em um comentário publicado pelo grupo investidor da vacina, o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), o professor Pizzi elogia a Sputnik como "uma excelente vacina com muitas propriedades", ressaltando que as próprias descobertas de sua universidade sobre o assunto correspondem aos dados mais recentes.
"Na Universidade de Córdoba, confirmamos a alta eficácia da vacina [Sputnik V] em vários estudos publicados sobre outras variantes, como a de Manaus [Gama] e a Delta, então não me surpreende que a eficácia contra Ômicron seja tão alta quanto o estudo mostra", afirmou o especialista.
Hugo Pizzi, professor na Universidade de Córdoba, na Argentina, sobre o estudo da neutralização da Ômicron pela Sputnik V em comparação com a da Pfizer: "Os resultados apresentados pelo estudo do Instituto Spallanzani são conclusivos e encorajadores. A Sputnik V é uma excelente vacina com diversas propriedades.
Proteção muito mais forte
De acordo com um renomado especialista em vacinas dos EUA, o professor Hildegund Ertl, "a expressão do antígeno pelo vetor de adenovírus é muito mais longa do que pelo mRNA, promovendo o estímulo de células secretoras de anticorpos duradouras".
Em Belarus, um homem recebe uma dose durante estudos sobre a vacina contra a COVID-19 Sputnik V, em 1º de outubro de 2020
© Sputnik / Viktor Tolochko
O pesquisador da Filadélfia, especializado em combinar partes de diferentes vírus, reforça o que afirmou Hugo Pizzi ao elogiar os resultados do estudo do Instituto Spallanzani como "extremamente promissores". Ertl também ressalta a durabilidade da proteção que é oferecida pela vacina russa.
"Os títulos de anticorpos para o vírus do 'tipo selvagem' original permaneceram estáveis por um período de seis meses após a vacinação com a Sputnik V, mas diminuíram cerca de dez vezes após a vacinação com mRNA. Isso provavelmente reflete diferenças na biologia de dois protótipos de vacinas", afirmou.
Reforço universal
O imunologista e pesquisador francês Cecil Czerkinsky também saudou os resultados da pesquisa de Spallanzani, por mostrarem "que a Sputnik V com vetor de adenovírus é capaz de aumentar as respostas de anticorpos neutralizantes não apenas para a Delta, mas também para a Ômicron quando usada como reforço", tanto para vacinas semelhantes quanto para imunizantes de mRNA.
Ampolas com a vacina Sputnik V durante vacinação em Chisinau, Moldávia
© Sputnik
A Sputnik V é aprovada em 71 países, que somados têm uma população total de mais de quatro bilhões de pessoas. Já a Sputnik Light recebeu aprovação em mais de 30 países, inclusive como reforço para outras vacinas.
Ao contrário da Pfizer ou da Moderna, que usam tecnologia de mRNA, tanto a Sputnik V quanto a Sputnik Light foram desenvolvidas usando uma plataforma de vetor adenoviral humano, que existe há três décadas. Além disso, ambas são mais fáceis de transportar e armazenar.