Com grande parcela adquirida na gestão Macri, a dívida hoje está na casa dos US$ 44 bilhões (cerca de R$ 236,7 bilhões) e, para alguns críticos, como a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, os pagamentos podem custar muito à economia do país.
"Quero anunciar que chegamos a um acordo com o FMI", afirmou o presidente, em pronunciamento na residência de Olivos. O país deve cumprir o pagamento da parcela da dívida que vence hoje (28), de US$ 731 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões), mas o valor da parcela de março, ainda está em negociação.
Fernández afirmou que o acordo "não restringe, nem limita ou condiciona os direitos de nossos aposentados de que recuperemos a nossa economia impactada pela pandemia. Também não nos obriga a uma reforma trabalhista. Promove nosso investimento nas obras públicas e não nos impõe chegar a um déficit zero".
O mandatário afirmou ainda que os gastos sociais e pedidos de financiamento não estão em risco, mas reconheceu que a dívida, na sua totalidade, "é impagável sem arriscar nosso presente e nosso futuro".
Nos últimos meses, o ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, esteve à frente das negociações com a cúpula do FMI. A proposta estabelecida agora vai ser encaminhada ao Congresso argentino para que seja aprovado. Em seguida, deve ser revista pelo fundo.
O programa acordado com o FMI vai durar dois anos e meio, e a cada três meses, terá de revisar suas metas. Neste período, se prevê novos envios em modo "stand by" (de espera) para que o país "crie as condições, em investimentos e na revitalização da economia, para pagar a dívida total", afirmou o ministro Guzmán.
Através de uma redução gradual do déficit fiscal, o objetivo da equipe econômica é chegar aos 0,9% em 2024. Em 2022, a meta é chegar a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto). A Argentina também se comprometeu em reduzir a emissão monetária, um recurso amplamente utilizado durante os primeiros meses da pandemia, para aliviar o impacto na economia.