Ciência e sociedade

Cartas perdidas são entregues depois de meio século de espera (FOTOS)

Uma das correspondências escritas à mão estava destinada para a lituana Genovefa Klonovska. A carta era para ter sido entregue quando ela tinha apenas 12 anos de idade.
Sputnik
A descoberta aconteceu durante obras em um prédio que costumava ser uma central de correios na cidade de Vilnius, na Lituânia. Após a derrubada de uma parede, 17 cartas caíram de um duto de ventilação, todas do final da década de 1960 e início de 1970.

"Os trabalhadores da obra sugeriram que jogássemos fora as antigas cartas, mas eu então liguei para os correios [...] e estou muito feliz que eles se interessaram", contou o atual dono do prédio, Jurgis Vilutis, em entrevista à CNN.

Vilutis suspeita que algum funcionário infeliz tenha vasculhado as cartas em buscas de algo valioso e depois teria as escondido.
Detalhes de uma das cartas encontradas meio século depois de serem enviadas, na Lituânia
Muita coisa mudou na cidade de Vilnius nos últimos 50 anos, inclusive nomes de ruas e números de casas, o que dificultou o trabalho dos carteiros, que demoraram meses para conseguir encontrar os destinatários das cartas perdidas.

"Nós consideramos uma obrigação moral realizar essas entregas", disse a diretora do departamento de experiência do cliente dos Correios da Lituânia, Deimante Zebrauskaite.

Somente cinco cartas foram entregues aos destinatários originais, na maioria dos casos as correspondências foram deixadas aos filhos de destinatários que já faleceram.
"Eu achei que alguém estava me pregando uma peça", disse Genovefa Klonovska, após receber a notícia de que receberia uma correspondência de mais de 50 anos. Ela contou que a carta era de uma menina chamada Ewa, que escrevia sobre enfrentar o frio de -23 °C na cidade de Koczary, na Polônia, para conseguir fotos de atores. Dentro do envelope também havia duas bonecas de papel e uma rosa desenhada à mão.
Genovefa Klonovska recebeu 'carta perdida' depois de 50 anos
Klonovska contou que não se lembra de Ewa e que provavelmente ela havia encontrado seu endereço em um anúncio de jornal sobre amigos de correspondência. Mas houve quem se emocionasse com a chegada de uma carta surpresa.
"Uma senhora comparou a experiência com a de receber uma mensagem dentro de uma garrafa jogada no mar. As pessoas se emocionaram, algumas sentiram como se estivessem vendo uma parte do dia a dia de seus falecidos pais", contou Zebrauskaite.
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