O Ministério das Relações Exteriores da Argentina repudiou neste sábado (29) de maneira contundente a nova implantação de armamento militar nas ilhas Malvinas pelo Reino Unido.
"Recentemente, tomamos conhecimento da instalação do sistema antiaéreo Sky Sabre nas ilhas Malvinas, um sistema de defesa aérea terrestre de nova geração que substitui os mísseis do tipo Rapier e triplica seu alcance", diz o comunicado do ministério.
O governo defendeu que a decisão de Londres é uma "nova e injustificada demonstração de força" e "um afastamento deliberado" dos apelos de resolução das Nações Unidas e de outras organizações, que buscam a retomada dos diálogos "a fim de encontrar uma solução pacífica e definitiva para a disputa de soberania que envolve ambos os países na questão das ilhas Malvinas".
O governo afirmou ainda que "a persistência do Reino Unido em expandir seu armamento militar no Atlântico Sul contraria especificamente a resolução 31/49 da Assembleia Geral das Nações Unidas, que insta ambas as partes [...] que se abstenham de adotar decisões unilaterais que envolvam a introdução de mudanças na situação enquanto as ilhas passam pelo processo de negociação por ela recomendado".
"As Malvinas fazem parte do território argentino roubado pelo imperialismo britânico. Continuamos a reivindicar diplomaticamente nossa soberania sobre elas para acabar com o colonialismo no tempo em que vivemos". O presidente Alberto Fernández em entrevista à RT
Ainda de acordo com o comunicado, "a presença militar também contraria a resolução 41/11 da Assembleia Geral [Zona de Paz e Cooperação no Atlântico Sul], que, entre outras disposições, insta os Estados de todas as outras regiões, especialmente os Estados militarmente importantes, a respeitarem a região do Atlântico Sul como zona de paz e cooperação, em particular reduzindo e, eventualmente, eliminando sua presença militar naquela região".
Nesse sentido, a "suposta condição defensiva da base militar britânica no Atlântico Sul não só é totalmente injustificada como representa uma ameaça para toda a área", acrescenta.
Em face do ocorrido, a Argentina persiste em retomar as negociações com o Reino Unido para alcançar "uma solução definitiva para a disputa de soberania".