Nesta terça-feira (1º), a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), condenou uma "tentativa de golpe" na Guiné-Bissau, após tiros de militares serem ouvidos perto de um complexo do governo, local onde o presidente, Umaro Sissoco Embaló, estava presidindo uma reunião de gabinete.
A organização expressou "grande preocupação" com os tiros, e pede aos militares "que voltem às cavernas" e que mantenham uma "postura republicana".
Além da CEDEAO, a União Africana (UA), também declarou estar muito preocupada com o que descreveu, no mesmos moldes da comunidade econômica, como uma tentativa de golpe militar.
"O Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, acompanha com grande preocupação a situação na Guiné-Bissau, que consiste numa tentativa de golpe contra o governo do país", disse a UA em comunicado.
De acordo com a Reuters, uma fonte de segurança com contatos dentro do Palácio do Governo disse que um número desconhecido de pessoas foi atingido pelos tiros. Uma segunda fonte disse que duas pessoas estavam mortas, mas não estava claro quem eram.
A reunião de gabinete de Embaló estava sendo realizada para preparar uma próxima cúpula da CEDEAO em resposta ao golpe militar da semana passada em Burkina Faso, segundo a mídia.
A Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau pediu aos cidadãos portugueses que fiquem em casa devido à urgência e seriedade da situação.
"A embaixada portuguesa na Guiné-Bissau recomenda que todos os portugueses residentes no país fiquem em casa e aguardem mais informações devido aos acontecimentos recentes", declarou em nota.
Ainda segundo a agência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, está "profundamente preocupado" com os relatórios oriundos do país.
A instabilidade política assolou a Guiné-Bissau durante décadas, com nove golpes ou tentativas de golpe desde a independência de Portugal em 1974.