Ciência e sociedade

Cientistas acreditam que luas podem ser chave na busca por vida fora do Sistema Solar

Uma pesquisa feita por cientistas dos Estados Unidos e do Japão sugere um novo modelo de busca por possíveis planetas habitáveis.
Sputnik
A grande importância que a Lua exerce no nosso ecossistema, desde o controle das marés dos oceanos até a duração dos nossos dias, levou o grupo internacional de cientistas a pensar que a busca por exoplanetas com exoluas é a melhor maneira de encontrar sinais de vida em outros pontos do Universo.
Exoplanetas e exoluas são todos os planetas e satélites naturais que não fazem parte do nosso Sistema Solar.

"Ao entender como as luas se formam, nós vamos poder restringir o que devemos olhar ao procurar planetas semelhantes à Terra. Nós acreditamos que exoluas estejam em todos os lugares, mas até agora não conseguimos confirmar a existência de nenhuma. Essas restrições vão nos ajudar em futuras observações", explicou uma das autoras do estudo, a cientista da Universidade de Rochester, nos EUA, Miki Nakajima, em entrevista divulgada pelo Phys.org.

A pesquisa também contou com a ajuda de cientistas da Universidade do Arizona, nos EUA, e de pesquisadores japoneses do Instituto de Tecnologia de Tóquio. O estudo foi publicado nesta terça-feira (1º) na revista acadêmica Nature Communications.
Após fazerem diversas simulações em computadores, os especialistas chegaram à conclusão de que existe maior probabilidade de encontrar exoluas em exoplanetas menores.
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Cientistas acreditam que formação da Lua se assemelhou ao funcionamento de máquina de raspadinhas
Os cientistas simularam a formação da Lua, levando em consideração a teoria mais aceita de que nos primórdios da Terra o planeta teria se chocado com um outro corpo no espaço, produzindo um disco parcialmente vaporizado em volta de si mesmo que, mais tarde, tenha se transformado na Lua.
"Nós descobrimos que, se o planeta é muito massivo, esses impactos produzem discos completamente de vapor, porque os impactos entre planetas massivos são geralmente mais energéticos do que entre planetas pequenos", explicou Nakajima.
Os pesquisadores concluíram que para formar exoluas com uma diferença de tamanho semelhante à que temos no nosso planeta, onde o raio da Lua representa cerca de 25% do raio da Terra, são necessários planetas menores. As simulações apontam que discos completamente de vapor não levam à formação de satélites naturais, somente os parcialmente vaporizados.
A expectativa dos cientistas é que esse estudo inspire novas pesquisas a dar mais atenção aos exoplanetas menores, na hora de buscar semelhanças com a Terra.

"A busca por exoplanetas tem sido tipicamente focada em planetas com massa seis vezes superior à da Terra. Nós estamos propondo que, ao invés disso, devêssemos olhar para planetas menores porque existe uma maior probabilidade de eles hospedarem luas grandes", disse Nakajima.

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