A fala de Peskov consta em um comunicado enviado à CNN, em que afirma que os EUA "de fato continuam a aumentar a tensão na Europa". Peskov disse ainda que o envio de tropas norte-americanas ao continente europeu é "a melhor prova de que nós, como Rússia, temos uma razão óbvia para nos preocupar".
Mais cedo nesta quarta-feira (2), o presidente norte-americano ratificou formalmente o envio de tropas adicionais ao continente europeu. Pelo menos dois mil soldados devem ser enviados à Polônia, enquanto outros milhares de soldados devem ser descolados para a Romênia e outros membros da OTAN. Antes da crise, os EUA já tinham cerca de 70 mil soldados na Europa.
Nos últimos meses, os EUA e países aliados europeus acusam a Rússia de acumular tropas da fronteira com a Ucrânia com a intenção de invadir o país. O aumento das tensões na região tem dominado as manchetes na mídia internacional apontando uma invasão iminente do território ucraniano.
Em Carcóvia, na Ucrânia, um soldado ucraniano caminha em frente a tanques de uma brigada mecanizada, em 31 de janeiro de 2022
© REUTERS / Vyacheslav Madiyevskyy
Peskov reiterou a posição de Moscou, ressaltando que a Rússia tem o direito de movimentar suas tropas dentro de seu próprio território. Além disso, o porta-voz apontou que essa movimentação não deveria preocupar ninguém.
Nesse sentido, a Rússia negou diversas vezes as acusações do Ocidente e da Ucrânia de que realiza "ações agressivas", afirmando que não vai atacar nenhum país.
Moscou também salientou em mais de uma oportunidade que as alegações sobre "agressão russa" são usadas como pretexto para implantar equipamentos militares da OTAN perto das fronteiras russas.