Usando os dados do Hubble e da Juno, os cientistas do Departamento de Pesquisas Espaciais da Universidade de Leicester, no Reino Unido, foram capazes de entender melhor a dinâmica envolvendo a rápida rotação de Júpiter em conjunto com o alto volume de enxofre e oxigênio liberados por sua lua, Io.
Os novos dados reforçam a teoria de que um forte "cabo de guerra" eletromagnético estaria relacionado com as auroras observadas no hemisfério norte do planeta, causado pelo gigantesco campo magnético de Júpiter.
Aurora de Júpiter registrada pelo Telescópio Espacial Hubble
© Foto / NASA, ESA, and J. Nichols (University of Leicester)
"Nós temos teorias que relacionam essas correntes elétricas e as poderosas auroras de Júpiter há mais de duas décadas, é emocionante poder finalmente realizar testes procurando essa relação nos dados. Quando colocamos uma contra a outra eu quase caí da cadeira quando vi quão clara é a conexão", contou um dos autores do estudo, o pesquisador Jonathan Nichols.
A pesquisa dos cientistas da Universidade de Leicester foi publicada nesta semana na revista científica Journal of Geophysical Research: Space Physics.
Apesar de ter um diâmetro 11 vezes maior que o da Terra, Júpiter completa uma rotação em apenas nove horas e 30 minutos, gerando um impressionante campo magnético. Sua lua, Io, tem massa semelhante à da nossa Lua, mas está 10% mais distante. Io é o corpo mais ativo do Sistema Solar, com mais de 400 vulcões em atividade.
11 de janeiro 2022, 07:55
De acordo com o estudo, grande parte do material liberado por Io é impulsionado para longe de Júpiter, devido ao seu enorme campo magnético. Conforme a lua vai se distanciando, Júpiter começa a diminuir sua taxa de rotação, o que gera o chamado "cabo de guerra", com a tentativa do planeta em manter os níveis de rotação por meio de um sistema de correntes elétricas.
"Esses resultados animadores sobre como funcionam as auroras de Júpiter são um atestado da força gerada pela combinação de observações terrestres com o Hubble com as medições da Juno. As imagens do HST proporcionam uma visão ampla, enquanto Juno pesquisa de perto. Juntos eles formam um ótimo time!", comemorou o investigador-chefe da missão Juno, Scott Bolton.