Panorama internacional

Lituânia pede mais tropas alemãs para enfrentar 'ameaça' russa

Presidente lituano afirma que Países Bálticos enfrentam maior perigo desde que recuperaram a independência.
Sputnik
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda pediu que a Alemanha e os EUA enviem mais tropas para seu país e um sinal a Moscou sobre seu suposto aumento militar na fronteira com Ucrânia e com a vizinha Belarus.
Segundo o Financial Times, Nauseda disse que os Países Bálticos estavam enfrentando sua "situação mais perigosa desde a recuperação da independência" (nos anos de 1990-91) devido aos mais de 100.000 soldados russos que alegam estarem acumulados na fronteira com a Ucrânia e, "ainda mais importante", sua presença em Belarus, aliada de Moscou.
Se a presença de tropas russas corresponder às alegações divulgadas pelos EUA e aliados, as Forças Armadas da Rússia estariam a apenas 100 km de seu enclave em Kaliningrado, ao longo do estreito "corredor de Suwalki" que divide a Lituânia e os outros Estados Bálticos da Polônia e do resto da Europa.
"Discutimos com nossos parceiros, em primeiro lugar com a Alemanha, que lidera o grupo de batalha EFP [grupo multinacional da OTAN de presença avançada aprimorada, em inglês] na Lituânia, apenas para reagir a esses processos. Eles estão prontos para discutir. Até agora não posso dizer que está levando a um resultado direto, mas [...] no final das contas espero que tenhamos esse resultado [de mais tropas]", disse Nauseda.
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Os países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estão reforçando sua presença militar ao longo do flanco leste da aliança. O Reino Unido disse que vai dobrar seu contingente de tropas na Estônia, onde lidera o grupo de batalha multinacional EFP da OTAN. Os EUA disseram na quarta-feira (2) que enviariam 2.000 soldados extras para a Europa para reforçar a presença da Aliança Atlântica.
A Alemanha tem enfrentado críticas de muitos de seus aliados por sua resposta supostamente lenta às tensões envolvendo Rússia e Ucrânia. Apesar disso, Nauseda chamou a Alemanha de "nosso grande amigo" e enfatizou que a Lituânia estava em "contato próximo" com Berlim.

"Espero que a Alemanha entenda muito bem o que está acontecendo aqui. Mas precisamos agora de sinais muito claros. Ações concretas são muito importantes, mas às vezes a retórica e um ponto de vista unificado também são importantes, especialmente para alguns adversários", acrescentou.

A Alemanha, que tem 550 soldados estacionados na Lituânia como parte do grupo de batalha de 1.200 homens, se recusou a comentar as falas de Nauseda.
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Autoridades alemãs e lituanas disseram que o planejamento militar para reforços está pronto, com centenas de efetivos em potencial trabalhando na artilharia, reconhecimento e defesa química, biológica, radiológica e nuclear da Alemanha, bem como na defesa aérea. Mas para que os planos sejam levados adiante dependem da tomada de decisões políticas em Berlim, o que é complicado pela recém-instalada coalizão de três partidos.
Nauseda disse que não era necessário que Berlim dobrasse seu compromisso, como o Reino Unido prometeu na Estônia.
"Provavelmente não se trata de números concretos ou equipamentos concretos. Mas é antes de tudo uma questão de prontidão e empenho para reagir. Caso contrário, [alguém] pode ter a sensação de que a OTAN está observando a situação e não reagindo. Seria um sinal muito errado para alguns países no leste", acrescentou.
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