"Há um ambiente formado, com um domínio tecnológico e matéria-prima. Não tenho dúvidas de que o Brasil terá que contar com a energia nuclear no futuro, para substituir as hidrelétricas, por questões ambientais, principalmente ligadas ao sistema de barragens", destacou o professor, que leciona na Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia).
"Teria ajudado muito nesse momento se já tivéssemos mais usinas nucleares. E economizaríamos água dos reservatórios, de forma a poder superar anos com afluência menor de chuvas", afirmou Gomes.
"A energia nuclear é muito mais estável e dá segurança de abastecimento. Uma base sólida permite a entrada de fontes eólicas e solares, tornando o sistema muito mais robusto", apontou ele. "As fontes são como ingredientes que o cheff de cozinha tem para preparar um prato, cada uma com suas características e especificidades. Juntas, elas compõem um prato que é da melhor segurança energética, com menor custo para o consumidor final", completou.
Uma das maiores reservas de urânio do mundo
"Mas não basta ter a reserva, tem que extrair o minério", frisou Senra.
"O Brasil tem uma das maiores reservas de urânio do mundo. É como se fosse um segundo pré-sal. A expansão é muito importante, porque cria um mercado e dinamiza toda a indústria de exploração desse combustível", avaliou Gomes.