A embaixada da Rússia na Colômbia criticou na sexta-feira (4) as declarações "irresponsáveis" de Diego Molano, ministro da Defesa do país sul-americano, após ele ter se pronunciado sobre uma suposta "interferência estrangeira na fronteira" com a Venezuela.
Durante o III Congresso Internacional Antidrogas, na quinta-feira (3), o ministro colombiano afirmou que "também foram mobilizadas até a fronteira alguns homens e unidades da Força Militar Bolivariana [em referência à Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela] com o apoio e a assistência técnica da Rússia e com o apoio e a assistência técnica do Irã, do outro lado da fronteira".
A representação diplomática da Rússia rechaçou as declarações em um comunicado.
"A Embaixada da Federação da Rússia na República da Colômbia constata com perplexidade as contínuas intenções de acusar sem fundamento a Federação da Rússia de alegada interferência nos assuntos internos da Colômbia", diz a embaixada russa, acrescentando que Molano segue com sua "busca incansável de inimigos fictícios" citando, "mais uma vez", "dados de inteligência" sem quaisquer provas.
A embaixada da Rússia na Colômbia apontou que as declarações do ministro da Defesa "parecem ainda mais inapropriadas" tendo em conta que Iván Duque, presidente da Colômbia, realizou, também na quinta-feira (3), uma reunião com os chefes das missões diplomáticas acreditadas no país. Segundo a representação diplomática russa, Duque "defendeu o desenvolvimento da cooperação, inclusive no contexto da partida para Moscou do recém-nomeado embaixador da Colômbia na Rússia".
Caracas também rejeitou as acusações.
"A Colômbia, país que a oligarquia de Bogotá transformou em apêndice do Comando Sul em nossa América, em sede de bases militares norte-americanas, em objeto do medíocre "Plano Colômbia", em parceiro global da OTAN, denuncia a interferência na Venezuela... Meu Deus!", reagiu na quinta-feira (3) Vladimir Padrino, ministro da Defesa da Venezuela na sua conta no Twitter.