Panorama internacional

União Europeia procura alternativas ao gás da Rússia, segundo von der Leyen

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, dá declaração sobre a Ucrânia na sede da União Europeia em Bruxelas, Bélgica, 24 de janeiro de 2022
O bloco europeu está procurando novas fontes de fornecimento de gás natural liquefeito em meio a um conflito com a Rússia, alegando falta de confiabilidade da Gazprom.
Sputnik
A União Europeia (UE) está procurando ativamente alternativas ao gás da Rússia, principalmente dos EUA. O destino do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), cuja construção terminou ainda em 2021, depende das ações russas, afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, citada na sexta-feira (4).

"Moscou está usando o gás como ferramenta para fazer pressão sobre nós, então o Nord Stream 2 não pode ser excluído da lista de sanções", disse ela em entrevista ao jornal Les Echos.

A alta responsável europeia acusou a empresa estatal russa Gazprom de fornecer menos gás à Europa do que aquilo que tem capacidade, e sugeriu que a empresa deve aumentar o fornecimento o máximo possível para compensar o aumento da demanda na região.
Em uma outra entrevista dada ao jornal Handelsblatt, também publicada na sexta-feira (4), von der Leyen admitiu que a Gazprom está cumprindo todos os contratos com os países europeus, mas manteve que a empresa tem estado "a fazer o mínimo". Segundo ela, outros fornecedores de gás aumentaram a oferta em meio a uma procura crescente e preços recorde, mas a Gazprom não o fez. Dessa forma, a empresa russa "está semeando dúvidas sobre sua própria confiabilidade", sugeriu.
Nesta foto de arquivo, o gigantesco navio-tanque de gás natural liquefeito Al Nuaman no porto báltico de Swinoujscie, Polônia, transportando cerca de 200.000 metros cúbicos de gás liquefeito do Catar, em 11 de dezembro de 2015
Panorama internacional
EUA estariam negociando gás natural para Europa com Catar para reduzir dependência do gás russo
A política argumentou que a dependência da Europa do gás russo está repleta de riscos a longo prazo, prometendo apoiar a construção de um novo terminal de gás natural liquefeito na Alemanha.
"Geralmente, falamos com todo o mundo, começando com a Noruega, um fornecedor com o qual temos cooperação confiável há muito tempo, e também com o Catar, Azerbaijão e Egito. Claro, os Estados Unidos também desempenham um grande papel. Vamos realizar uma cúpula da energia em Washington em 7 de fevereiro", disse a líder do bloco europeu.
Em 22 de janeiro a mídia norte-americana informou que os EUA estavam negociando com o Catar o fornecimento de gás natural à Europa.
Além da questão do Nord Stream 2, von der Leyen também referiu novamente que Bruxelas imporá sanções à Rússia em caso de uma suposta invasão da Ucrânia. Moscou rejeita como ridícula a ideia de que planeja atacar seu vizinho, e aponta que a crescente militarização das fronteiras perto da Rússia por parte da OTAN representa uma ameaça à sua própria segurança. Para mitigar isso, o Kremlin propõe retirar militares e armamentos das proximidades dos dois lados e limitar a expansão da Aliança Atlântica para leste.
A Gazprom tem referido repetidamente nos últimos meses que cumpre todas as suas obrigações relativas aos atuais contratos, e que está pronta para aumentar o fornecimento à Europa imediatamente no quadro de novos contratos de longo prazo, incluindo através do Nord Stream 2, instando a Alemanha a autorizar o início de funcionamento do gasoduto para poder transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás adicionais por ano ao continente.
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