O jornal alemão Bild publicou neste sábado (5) um relatório de serviços secretos (sem indicar o nome do serviço) de um suposto plano da Rússia de anexar o território da Ucrânia.
Segundo o alegado plano, em fevereiro ou março, a Rússia planeja uma operação, a qual, se tiver sucesso, levará à criação de um "governo fantoche" pró-russo. Os "planos" enumerados incluem o cerco das cidades, a eleição de um Parlamento ucraniano "leal", e até a criação de campos de concentração para quem resistir.
O Bild assegura que já está sendo preparada uma lista das pessoas que vão se opor ao novo governo, e afirma que o objetivo final de Moscou é criar um Estado com a qual a Rússia e Belarus sejam aliados.
A mídia também citou um comentário da embaixada russa na Alemanha, que classificou as afirmações do artigo de "estranha mistura de especulações e rumores", preferindo não as comentar.
Nas últimas semanas, a administração do presidente norte-americano Joe Biden disse que a Rússia poderia invadir a Ucrânia em fevereiro.
Na sexta-feira (4) a agência norte-americana Bloomberg publicou uma notícia com a manchete "Rússia invade a Ucrânia", que permaneceu por cerca de meia-hora antes de ser removida do site, com a Bloomberg pedindo desculpa pelo "erro". Dmitry Peskov, porta-voz presidencial russo, zombou do evento, comparando o termo "fake news" ao "Bloomberg news".
"Este é um exemplo das consequências a que pode levar o clima de extrema tensão que se formou devido a estas ações agressivas dos nossos parceiros na Europa. E é também uma boa demonstração de como tais publicações podem levar a consequências irreparáveis", apontou Peskov.
A Rússia tem negado veementemente as acusações do Ocidente e de Kiev de que planeja invadir a Ucrânia, referindo que movimenta as tropas dentro do seu próprio território e não ameaça ninguém. No entanto, Moscou questiona a crescente presença da OTAN no Leste Europeu, que considera uma ameaça à segurança nacional do país, e propõe reduzir as tensões retirando toda a estrutura militar da OTAN e da Rússia das proximidades entre os dois lados, e parar a expansão do bloco militar para leste.