Panorama internacional

Moradores e eurodeputados denunciam cidadania honorária concedida a Bolsonaro na Itália

Habitantes da cidade de Anguillara Veneta, na Itália, além de eurodeputados ambientalistas, querem reverter a decisão da prefeitura local de dar a cidadania honorária ao presidente do Brasil.
Sputnik
Os moradores da cidade italiana de Anguillara Veneta e o Partido Europa Verde local recorreram à Justiça em protesto contra a atribuição de cidadania honorária a Jair Bolsonaro, relatou no sábado (5) o portal UOL.
O UOL revela que teve acesso a um documento de 23 páginas de uma ação popular dos advogados Donato Lettieri, Lucia Colangelo e Giovanni Colangelo, ligados ao partido Europa Verde.
Eles instaram a prefeita Alessandra Buoso e oito vereadores de seu governo a anular a cidadania honorária ao presidente do Brasil, "pois a identidade e imagem da prefeitura foram lesados após terem sido associadas a expressão de valores conflitantes com os valores históricos, tradicionais e culturais do município de Anguillara Veneta".
Em 1º de novembro de 2021, durante a Cúpula da ONU sobre Mudanças Climáticas em Glasgow, Escócia, Reino Unido, Bolsonaro esteve em Anguillara Veneta, onde participou de um evento para receber o Título de Cidadão Honorário da prefeita da cidade. A concessão foi aprovada uma semana antes, levando a protestos ambientalistas em seguida, que picharam com "Fora Bolsonaro" e esterco a sede da prefeitura local.
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A prefeitura da cidade sublinhou que o bisavô do presidente, Vittorio Bolzonaro (mudança de ortografia ocorreu devido a um erro no cartório), saiu da região com sua família para o Brasil, por volta de 1878. O governo local justificou a decisão dizendo que era um desejo de Bolsonaro.
Antes da visita de Bolsonaro foi organizado um pequeno protesto com bandeiras do Brasil e um cartaz com a palavra "vergonha". A polêmica foi levantada quando Buoro, do partido Liga, liderado por Matteo Salvini, admirador de Bolsonaro, pediu a liberação de € 9.000 (R$ 58 mil) para receber uma "delegação estrangeira", em uma cidade de 4.000 habitantes que passava por crise econômica. A prefeita acabou dizendo que ela mesmo e seus aliados assegurariam as despesas.
Antonio Spada, que assinou a ação popular, se manifesta contra a atribuição de cidadania honorária com base em origens, defendendo que assim ditadores podem receber a honra de forma semelhante, enquanto Angelo Bonelli, eurodeputado do partido Europa Verde, foi mais direto.
"Ele causou a morte de 600.000 pessoas, muitos deles índios, o que levou o Senado brasileiro a votar a favor de indiciar o presidente por crimes contra a humanidade", segundo ele.
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