A candidata presidencial francesa, Marine Le Pen, criticou a abordagem do atual governo em relação à Rússia em uma entrevista à BBC, argumentando que travar uma "Guerra Fria" contra o presidente, Vladimir Putin, é um passo na direção errada.
"Não há amigos no campo da geopolítica, há aliados. Então, temos aliados, e acho um erro travar uma guerra tão fria contra o presidente russo Vladimir Putin, aproximando-o da China e criando algo como um novo império que não é do interesse dos países europeus."
Le Pen sugeriu que, em vez de confronto, Paris deveria ter relações diplomáticas normais com Moscou, além de cooperação em outras áreas – como cultura e economia. A presidenciável do RN destacou, no entanto, que a França deve manter certa distância nas relações tanto com os EUA quanto com a Rússia.
Para ela, as atuais tensões entre o Ocidente e a Rússia sobre a Ucrânia foram parcialmente motivadas pela fraca posição política do presidente dos EUA, Joe Biden. Le Pen sugeriu que os líderes dos EUA muitas vezes começam a procurar um inimigo ou, na ausência de um, a criá-lo, quando se sentem "fracos".
"Agora estamos vendo como os Estados Unidos estão empurrando a Ucrânia para a ideia de se juntar à OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] para que possa enviar forças militares. Assim, a Rússia, em resposta, está puxando tropas para suas fronteiras com a Ucrânia. Isso é algo como uma guerra psicológica, ações de contenção que eu gostaria de evitar."
Em entrevista anterior ao canal France 2, Le Pen alegou que a influência política da França no cenário internacional não é tão forte quanto poderia ser devido às más relações do país com a Rússia. Ela sugeriu que Paris deveria ter laços igualmente bons com Washington e Moscou.