A Milícia Popular da autoproclamada República Popular de Lugansk afirmou na terça-feira (8) que interceptou um drone das forças ucranianas que estas planejavam usar para direcionar o fogo de artilharia desde o território controlado por Kiev, perto da linha de contato em Donbass.
"Perto da localidade de Popasnaya [controlada pela Ucrânia] o inimigo lançou um veículo aéreo não tripulado Leleka-100, capaz de transmitir imagens de vídeo em tempo real, determinar com precisão coordenadas geográficas, transmiti-las a um posto de controle de disparos e gravar essa informação", explicou aos jornalistas Ivan Filiponenko, representante oficial do Ministério da Defesa de Lugansk.
Lugansk já relatou voos de drones da Ucrânia em Donbass. Os voos de aeronaves e drones de combate são proibidos ao longo de toda a linha de contato pelos acordos de Minsk.
Filiponenko acrescentou que a república autoproclamada detectou a aproximação de peças de artilharia da 24ª Brigada das Forças Armadas da Ucrânia e a colocação em estado de prontidão de tiro de um pelotão de morteiros ucraniano perto de Novoaleksandrovka, povoado controlado por Kiev.
"Através de ações coordenadas da defesa antiaérea e guerra eletrônica, com o uso de uma estação de supressão Triton M1, o drone do inimigo foi detectado a tempo e forçado a aterrissar perto da localidade de Kalinovo-Borschevatoe [controlada por Lugansk]. A ameaça de ataque de artilharia foi neutralizada", indicou o representante.
Em meados de 2020 entraram em vigor medidas adicionais para resolver o conflito em Donbass, que dura desde 2014. As regras impõem a proibição total de disparos, o uso de armas em áreas povoadas e adjacentes a elas e de atividades ofensivas, de reconhecimento e de sabotagem. Também é prevista a responsabilidade disciplinar por violações do cessar-fogo.
O governo russo tem dito repetidamente que Kiev não cumpre os acordos de Minsk de 2014 e está prorrogando as negociações sobre o conflito. Moscou também expressa preocupação com o treinamento de militares ucranianos e o fornecimento de armas por países ocidentais desde 2014, o que contraria os acordos de paz.