Ao jornal Valor Econômico, o vice-presidente brasileiro falou sobre as tensões no Leste Europeu e as relações econômicas entre russos e brasileiros. Em sua opinião, nas tensões na Ucrânia, "todo mundo tem razão".
"Putin pressiona para a Ucrânia não aderir à OTAN [Organização do Tratado Atlântico Norte] porque faz parte da linha vermelha que vai do Mar Báltico aos Montes Cárpatos", comentou.
A aliança militar comandada pelos EUA é peça central na crise entre a Ucrânia e a Rússia. Países integrantes e aliados da organização enviam tropas à região e aumentam a escalada das tensões.
Mourão avalia que a visita oficial de Jair Bolsonaro ao presidente russo Vladimir Putin não deve ser um problema para a diplomacia brasileira. Segundo ele, será uma oportunidade para Putin "mostrar que não está isolado".
Mourão disse ainda que o Brasil "não tem participação direta" na situação, e reforçou a posição brasileira no Conselho de Segurança da ONU. "O Brasil se posicionou claramente em defesa de uma saída pacífica para o conflito", afirmou.
O vice-presidente também descartou a possibilidade de o Brasil comprar material militar da Rússia neste momento. A razão para isso, segundo o vice, é a proximidade do Brasil com a OTAN.
"A razão principal é a condição do Brasil de parceiro preferencial extra-OTAN. Sinceramente, acho difícil. Não vejo nenhuma simpatia dos meios militares brasileiros a qualquer acordo nesse sentido".