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Após aprovação do 'PL do Veneno', parlamentar da UE vê Bruxelas e Brasil mais distantes

Aprovação do texto-base do projeto de lei que muda as regras sobre os agrotóxicos no Brasil não foi bem recebido por parlamentares da União Europeia (UE).
Sputnik
Ontem (9), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 301 votos a favor e 150 contrários, o texto que foi apelidado de "pacote do veneno", alvo de críticas de ambientalistas.
Em síntese, ele facilita a aprovação de novos pesticidas e altera diversos pontos sobre os agrotóxicos.
Em Bruxelas, a votação no Congresso brasileiro foi acompanhada de perto, com a constatação de que a medida não ajudará na ratificação do tratado de livre comércio entre a UE e o Mercosul.
"A aprovação deste projeto de lei é muito preocupante", disse Anna Cavazzini, deputada europeia pelo Partido Verde, e parlamentar influente nos trabalhos do Legislativo nas relações com o Mercosul.
Preocupante retrocesso do Congresso brasileiro! Já agora, muitos pesticidas proibidos na UE são usados na agricultura brasileira, e seus resíduos podem ser encontrados nos alimentos que importamos de lá. Com esta votação, a situação se tornará ainda mais extrema.
O acordo entre Mercosul e UE foi negociado durante 20 anos. Em 2019, o tratado foi fechado entre os dois blocos. Mas, para entrar em vigor, ele precisa ser ratificado por todos os parlamentos e governos.
Segundo informações do jornalista Jamil Chade, a aprovação do PL "não facilitará" o trabalho do bloco de convencer líderes europeus a acatar o acordo com o Brasil.
Se Bruxelas não acelerar a aproximação com o Mercosul, a região acabará se tornando um parceiro privilegiado de outros polos de poder, em especial a China.
O governo brasileiro alega que a resistência europeia não tem relação com a proteção ao consumidor ou o meio ambiente, e serve para impedir a entrada de bens agrícolas brasileiros no mercado da UE.
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