A reunião entre Liz Truss e Sergei Lavrov aconteceu nesta quinta-feira (10), em Moscou. De acordo com reportagem do jornal Kommersant, durante a tensa conversa sobre a "retirada das tropas russas de regiões fronteiriças com a Ucrânia", o chanceler afirmou que os militares russos se encontram no território da Rússia.
Na sequência, ele teria perguntado à sua colega britânica: "A senhora reconhece a soberania russa sobre as regiões de Rostov e Voronezh, correto?", em referência às regiões onde estão sendo realizadas manobras.
Após uma pausa, Truss teria dito que "nunca reconheceria a soberania russa sobre essas regiões", mas logo depois foi interrompida por uma correção feita pela embaixadora Deborah Bronnert.
Aparentemente, a ministra britânica teria confundido as duas regiões do sul da Rússia com cidades ucranianas.
"Estou desapontado. [...] Parece uma conversa entre um mudo e uma pessoa surda. É como se eles estivessem nos ouvindo, mas não entendessem o que dizemos", disse Lavrov após o encontro.
Nesta sexta-feira (11), segundo informações da Reuters, representantes do Reino Unido reforçaram que a chanceler sabe do que está falando e que insinuações de que ela não estaria reconhecendo a soberania russa sobre o território russo não passava de "uma completa besteira e clássica propaganda russa".
Entretanto, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, também comentou o equívoco de Truss.
"Vamos chamar a gafe de gafe e esperar que estejamos realmente falando de uma gafe. Mas o fato de que os principais responsáveis pela diplomacia mundial estão tendo problemas para ler o curto e claro texto do pacote de medidas dos acordos de Minsk é óbvio", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov em referência às medidas definidas para botar um fim ao conflito armado no leste da Ucrânia.
Esta foi a segunda "gafe geográfica" cometida por Truss na última semana. No domingo (6) ela havia dito que enviaria "apoio suplementar para os aliados do Báltico através do mar Negro". O problema é que o Báltico e o mar Negro estão separados por mais de 1.000 quilômetros de distância.