A Casa Branca emitiu um "alerta" à indústria de chips dos EUA. Joe Biden está promovendo encontros com empresários do setor e pedindo para que diversifiquem sua cadeia de suprimentos.
O presidente dos EUA teme que a Rússia retalie as ameaças de restrições às suas exportações, bloqueando o acesso a materiais importantes, escreve a Reuters.
O potencial de retaliação ganhou mais atenção nos últimos dias depois que o Techcet, um grupo de pesquisa de mercado, publicou um relatório em 1º de fevereiro destacando a dependência de muitos fabricantes de semicondutores em materiais de origem russa e ucraniana, como néon, paládio e outros.
De acordo com estimativas da Techcet, mais de 90% dos suprimentos de néon semicondutores dos EUA vêm da Ucrânia, enquanto 35% do paládio dos EUA é proveniente da Rússia.
De acordo com a Casa Branca, "parte disso é trabalhar com empresas para garantir que, se a Rússia tomar medidas que interfiram nas cadeias de suprimentos, as empresas estejam preparadas para interrupções".
O néon, fundamental para os lasers usados para fabricar chips, é um subproduto da fabricação de aço russa, de acordo com a Techcet. Em seguida, é purificado na Ucrânia. O paládio é usado em sensores e memória, entre outras aplicações.
Vale lembrar que os preços do neon subiram 600% no período que antecedeu o referendo que uniu a Crimeia à Rússia, causando grande problemas para os EUA.
O governo Biden ameaçou impor amplos controles de exportação contra a Rússia, se ela invadir a Ucrânia. Moscou nega ter planos para atacar.
A questão é preocupante porque a oferta global de chips está apertada, mas a demanda aumenta progressivamente. A Techcet estima que a demanda por todos os materiais aumentará mais de 37% nos próximos quatro anos.