Panorama internacional

Depois de reunião do Quad, China se insurge contra 'ferramenta de hegemonia dos EUA'

Pequim diz que as negociações do Quad são destinadas a "sitiar" o país.
Sputnik
Na sexta-feira (11), Pequim disse que o Quad (Diálogo de Segurança Quadrilateral), cujo formato prevê consultas anuais entre EUA, Austrália, Índia e Japão, é "essencialmente uma ferramenta para conter e sitiar a China, [a fim] de manter a hegemonia dos EUA".
"O objetivo é estimular o confronto e minar a solidariedade e a cooperação internacional", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, a repórteres.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, durante briefing diário no escritório do Ministério das Relações Exteriores em Pequim, 24 de fevereiro de 2020
"Como a Guerra Fria acabou há muito tempo, a tentativa de forjar uma suposta aliança para conter a China não ganha apoio e não leva a lado nenhum", afirmou o porta-voz.
Zhao pediu aos quatro países que abandonem a "antiquada mentalidade da Guerra Fria" e mudem sua abordagem em relação à China.
As declarações vieram depois que os ministros das Relações Exteriores dos países do Quad se reuniram em Melbourne, na Austrália, na sexta-feira (11). As autoridades emitiram uma declaração conjunta, prometendo manter a região do Indo-Pacífico "livre de coerção" – em aparente referência a Pequim, sob acusações de que estaria intimidando seus vizinhos.
Os membros do Quad também prometeram "enfrentar os desafios da ordem baseada em regras, inclusive nos mares do Sul e Leste da China", diz o comunicado.
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As relações da China com os EUA e a Austrália se deterioraram significativamente nos últimos anos, com os lados se acusando mutuamente de violar normas internacionais e alimentar tensões.
Em setembro, os EUA, a Austrália e o Reino Unido assinaram um pacto de segurança estratégico conhecido como AUKUS, que a China também criticou como uma tentativa de minar a estabilidade na região.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse aos jornais Sydney Morning Herald e The Age na quinta-feira (10) que a Austrália "deu um exemplo incrivelmente poderoso" ao resistir às sanções comerciais de Pequim.
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