Panorama internacional

Ex-congressista diz que administração Biden 'quer que Rússia invada Ucrânia' e explica por quê

Antiga congressista americana Tulsi Gabbard sugere que os EUA e a OTAN querem que Moscou ataque para que eles possam impor sanções "draconianas" e enriquecer a indústria militar.
Sputnik
O presidente Joe Biden e seus aliados da OTAN poderiam facilmente prevenir uma guerra na Ucrânia, mas prefeririam ver a Rússia invadir seu aliado para justificar duras sanções contra Moscou e incitar um conflito lucrativo, disse na sexta-feira (11) em entrevista ao Fox News a ex-congressista americana Tulsi Gabbard.
Gabbard, uma veterana da guerra do Iraque que concorreu sem sucesso à nomeação presidencial democrata em 2020, fez os comentários enquanto a administração Biden e a mídia norte-americana continuam promovendo alegações sobre "invasão" russa na Ucrânia. "Isso cimenta esta 'guerra fria' no local", disse em entrevista.
Washington e seus aliados poderiam prevenir um conflito armado prometendo que a Ucrânia não poderá aderir à OTAN, pondera Gabbard. É "altamente improvável" que Kiev seja aprovada como membro da Aliança Atlântica, então recusando-se a prometer o que já é uma realidade mostra que os líderes da aliança não querem paz, adicionou a democrata do Havaí.
"O complexo militar-industrial é quem se beneficia disso. Eles claramente controlam a administração Biden. Belicistas de ambos os lados de Washington têm provocado essas tensões."
Em dezembro passado, a Rússia enviou suas propostas de segurança a Washington, entre elas o bloqueio da Ucrânia da entrada na OTAN, mas o secretário de Estado Antony Blinken disse que a aliança manterá sua política de portas abertas.
"Por que estamos nesta posição então, se a resposta para isso e para impedir que esta guerra aconteça é evidente?", perguntou a democrata. "E realmente, ela só aponta para uma conclusão que eu possa ver, que é, eles realmente querem que a Rússia invada a Ucrânia."
A invasão da Ucrânia daria a Biden "uma desculpa clara para ir e impor sanções draconianas, que são um cerco moderno contra a Rússia e o povo russo", explicou.

"O complexo militar-industrial começa a fazer muito mais dinheiro do que eles têm feito na luta contra a Al-Qaeda ou fazendo armas para a Al-Qaeda", afirmou. "E quem paga o preço? O povo americano paga o preço, o povo ucraniano paga o preço, o povo russo paga o preço. Isso mina nossa própria segurança nacional, mas o complexo militar-industrial que controla tantos dos nossos políticos ganha, e eles correm para o banco."

Os EUA negaram armar propositadamente islamistas radicais, mas investigadores relatam casos de sofisticados armamentos americanos que caem nas mãos de combatentes ligados à Al-Qaeda e Daesh (organizações terroristas proibidas na Rússia e em vários outros países).
Washington e Bruxelas acusam a Rússia de estar alegadamente planejando "uma invasão na Ucrânia", concentrando suas tropas na fronteira com o país vizinho. Assim, a agência Bloomberg emitiu uma matéria onde menciona 15 de fevereiro como uma data possível da "invasão". O Kremlin e a chancelaria russa negaram várias vezes essas alegações, chamando-as de histeria artificialmente criada pelo Ocidente.
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