O novo relatório revelou que no ano passado o Departamento de Energia (DOE, na sigla em inglês) sinalizou mais de 100 "incidentes" de peças falsas em reatores.
A apuração, conduzida pelo escritório do inspector-geral da Comissão de Regulação Nuclear (NRC, na sigla em inglês), foi lançada após denunciantes sob anonimato terem alegado que "a maioria, senão todas" usinas nucleares nos EUA utilizaram "itens falsos, fraudulentos e suspeitos" (CFSI, na sigla em inglês). Isso se refere a partes que foram "alteradas para imitar o produto legítimo", "deturpadas com intenção de enganar" ou que "não correspondem aos requisitos do produto pretendido".
Os investigadores escolheram quatro usinas em todo o país e encontraram provas da utilização de CFSI em uma usina no Centro-Oeste. O relatório também apontou duas falhas de componentes separadas em usinas do Nordeste que não estavam entre as pesquisadas.
Apesar de não comprovar que a NRC reduziu seus padrões de supervisão, o documento avisou que a falta de um sistema de comunicação fiável por parte da agência para detectar tais falhas sugere que ela poderia subestimar o quão prevalente é o uso de CFSI.
Os investigadores acrescentaram ainda que a NRC não tinha examinado completamente todas as alegações sobre o uso dos CFSI.
Notando que os chefes da agência começaram "uma profunda revisão" das conclusões do relatório, o porta-voz da NRC Scott Burnell contou à Reuters que "nada no relatório sugere uma preocupação imediata de segurança".
Contudo, os investigadores alertaram sobre "preocupações de segurança e proteção que poderiam ter tido consequências graves".
O documento foi publicado antes do pedido do DOE de contribuição pública para um programa de manutenção de reatores nucleares envelhecidos de US$ 6 bilhões (R$ 31,5 bilhões), a ser financiado pela recente lei da infraestrutura de US$ 3 trilhões (R$ 15,7 trilhões) da administração Biden.