Ciência e sociedade

Nova tecnologia revela intrigantes detalhes sobre misterioso magma terrestre

O recente estudo utilizou simulações computacionais de última geração para entender melhor as propriedades e o comportamento do magma que está a centenas de quilômetros em direção ao centro da Terra.
Sputnik
A pesquisa publicada na revista científica Earth and Planetary Science Letters descobriu que o misterioso magma que está no manto terrestre, camada logo abaixo da crosta, é mais flutuante e fluido do que apontavam outros estudos até então.

"Embora o conhecimento anterior seja limitado, acreditava-se que essas rochas fundidas ricas em água, chamadas de magma hidratado, seriam mais densas do que a rocha sólida acima delas, e assim formariam vastas piscinas de magma em profundidades próximas a 400 km", explicou o pesquisador da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e um dos autores do projeto, James Drewitt.

Para realizar os testes, os cientistas utilizaram o supercomputador britânico ARCHER, que é capaz de simular as extremas condições do magma em temperaturas de até 1.600 ºC e pressão 250 mil vezes maior que a da Terra.

"Nós queríamos determinar as propriedades dos magmas hidratados para recriar seu comportamento, como eles fluem e para onde vão depois de se formarem no manto profundo, para fornecer uma visão mais precisa do ciclo da água nas profundezas da Terra, que está intimamente ligado à habitabilidade da Terra", explicou Drewitt.

Com a ajuda do supercomputador, os pesquisadores conseguiram fazer modelos do magma hidratado em escalas atômicas e entender que, por ser mais fluido e flutuante, ele é capaz de subir pelo manto em direção à superfície da Terra.

"Ao incorporar essas descobertas em modelos de circulação do manto global, descobrimos que, em escalas de tempo geológicas, a água presente em magmas hidratados foi transportada do manto inferior e médio para o manto superior, resultando em uma massa de água semelhante a encontrada em todos os oceanos da Terra combinados e distribuídos uniformemente por todo o manto da Terra nos dias de hoje", completou Drewitt.

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