Justin Trudeau confirmou na noite desta segunda-feira (14) que o governo federal do Canadá invocou uma legislação de emergência para lidar com bloqueios de protestos do "Freedom Convoy".
O primeiro-ministro canadense havia dito mais cedo que buscaria meios para invocar as leis de segurança pela primeira vez na história do país, dando ao seu gabinete poderes especiais para lidar com uma crise nacional.
A Lei de Emergência permite que o governo federal force as empresas a prestar serviços, e pode exigir o fim dos protestos públicos, além limitar os direitos de mobilidade, impedindo que as pessoas se desloquem para áreas designadas.
Caminhoneiros reabastecem seus caminhões no frio durante o protesto "Freedom Convoy" em 5 de fevereiro de 2022 em Ottawa, Canadá. Foto de arquivo
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A lei também permite que os militares sejam usados como policiais, mas as fontes do Ottawa Sun disseram que isso não está sendo considerado ativamente.
Trudeau observou que foi a primeira vez que um governo canadense invocou uma lei de emergências, que foi aprovada em 1988 para substituir a Lei de Medidas de Guerra, de 1914.
Essa legislação foi usada durante as duas guerras mundiais para internar canadenses de origem alemã e japonesa e impor restrições sobre a economia, entre outras coisas.
Ela foi invocada mais recentemente em 1970 pelo pai de Trudeau, Pierre, para reprimir os separatistas de Quebec que sequestraram um legislador. Cerca de 500 pessoas foram presas na ocasião.
Ao falar sobre os atos do "Freedom Convoy", que começaram há algumas semanas, Trudeau disse que "este não é um protesto pacífico".
Em seguida, ele explicou que, depois de consultar os primeiros-ministros, o governo e a oposição, "o governo federal invocou a lei de emergências", confirmando os relatos da mídia no início do dia de que ele o faria.