Panorama internacional

Comércio EUA-China: 'Construir muro' não vai resolver 'problemas' com Pequim, alerta Washington

Primeira avaliação do governo Biden sobre a conformidade da China com a Organização Mundial do Comércio diz que as ações de Pequim "causam sérios danos a trabalhadores e empresas em todo o mundo".
Sputnik
Os Estados Unidos estão tentando evitar "construir um muro" entre eles e a China no comércio, pois isso afetaria negativamente os interesses americanos. Entretanto, na direção contrária, Washington pretende manter uma "vantagem tecnológica" sobre seu rival estratégico.
Os comentários desta quarta-feira (16) são da última revisão anual do Escritório de Representação Comercial dos EUA sobre a conformidade da China com a Organização Mundial do Comércio (OMC), sua primeira avaliação desse tipo sob a gestão Biden, de acordo com o South China Morning Post.
A representante comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), Katherine Tai, também instou a China a cumprir seus compromissos na "fase um" do acordo comercial, porque tal atitude "fornece uma base sólida para um futuro engajamento bilateral".
Rompendo com a avaliação do ano passado do governo Trump, o último relatório deixou de lado qualquer menção a uma negociação comercial separada da "fase dois" com a China, mas disse que "um passo inicial" da abordagem estratégica dos EUA envolve discutir os problemas não resolvidos no acordo comercial da "fase um", embora tais compromissos de compra tenham expirado no final de 2021.
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A China prometeu comprar mais US$ 200 bilhões (cerca de R$ 1.029 trilhão) em produtos norte-americanos acima dos níveis de 2017, mas um relatório divulgado pelo Instituto Peterson de Economia Internacional (PIIE, na sigla em inglês), na semana passada, disse que a China comprou apenas 57% das exportações dos EUA que se comprometeu a comprar segundo acordo de dois anos que "não foi suficiente para atingir os níveis de importação de antes da guerra comercial".
O relatório do USTR também enfatizou que o acordo da primeira fase não abordou as "preocupações mais fundamentais" dos EUA com a China, incluindo subsídios, excesso de capacidade, empresas estatais, segurança cibernética e transparência regulatória.
"Seria apropriado supor que os problemas atualmente colocados pela China estarão conosco por algum tempo, em vez de esperar que a China faça voluntariamente mudanças fundamentais em sua abordagem estatal e não mercadológica à economia e ao comércio nos próximos anos, ou até mesmo a médio prazo", disse o relatório.
Os EUA estão preparados para usar ferramentas comerciais domésticas para alcançar condições mais equitativas com a China, enquanto exploram maneiras de atualizar as ferramentas comerciais para combater as chamadas políticas e "práticas injustas" da China, de acordo com o relatório.
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