A investigação do caso de há mais de 5.000 anos ganhou vida recentemente após avanços tecnológicos nas análises forenses. Os pesquisadores buscaram vestígios de algas nos ossos do homem e conseguiram determinar que ele havia se afogado no mar.
"Nós sabemos muito pouco se os cemitérios em massa pré-históricos perto da costa podem ser o resultado de desastres naturais ou outras causas como guerra, fome e doenças. Isso nos deu aquela ideia súbita de desenvolver uma versão aprimorada de um teste forense moderno para ser usado em ossos antigos", explicou James Goff, professor da Universidade de Southampton, no Reino Unido, e um dos autores do estudo, em entrevista ao EurekAlert.
Professor James Goff analisando o pescador de 5.000 anos encontrado no litoral chileno
CC0 / Universidade de Southampton / Professor Pedro Andrade /
Este tipo de teste é normalmente realizado em casos recentes. A presença de algas marítimas nos ossos demonstra que o homem engoliu água salgada antes de morrer. Esta foi a primeira vez que este tipo de teste foi realizado em uma vítima pré-histórica.
"Ao olhar para o que encontramos em sua medula óssea, sabemos que ele se afogou em água salgada rasa. Podemos ver que o pobre homem engoliu sedimento em seus momentos finais e sedimentos não tendem a flutuar em concentrações suficientes em águas mais profundas", explicou Goff.
O estudo completo será publicado na revista acadêmica Journal of Archaeological Science em abril deste ano. A pesquisa aconteceu em parceria com a Universidade de Concepción, no Chile. O homem foi encontrado em Copaca, no norte do Chile.
Os pesquisadores acreditam que o homem era um pescador e que ele morreu após algum tipo de acidente, o que justificaria o afogamento em águas rasas.
"Nós descobrimos uma maneira totalmente nova de fazer as coisas. Isso pode nos ajudar a entender muito mais sobre como era difícil viver no litoral na era pré-histórica, e como as pessoas foram afetadas por eventos catastróficos, assim como nós somos hoje”, disse Goff.