Prestes a deixar o cargo, o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, defendeu a participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), segundo o UOL.
O magistrado afirmou com firmeza que "as Forças Armadas estão aqui [no TSE] para proteger a democracia brasileira, e não para proteger um presidente [Jair Bolsonaro] que quer atacá-la".
"Nós não imaginamos ter alguém aqui para obter informações para nós sermos atacados. Não é para isso que nós montamos a comissão. Eu tenho certeza que o general [Heber Garcia Portella] que integra a comissão também não tem esse propósito. Agora, a política por vezes tem alguns descaminhos", disse Barroso.
O ministro, ao dizer "a política por vezes tem alguns descaminhos", faz referência ao fato de que o presidente, Jair Bolsonaro (PL), alega que uma série de perguntas enviadas ao TSE em dezembro do ano passado pelas Forças Armadas demonstram que a corporação também tem dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, durante coletiva e apresentação da nova urna eletrônica modelo (UE 2020) para as eleições 2022, Manaus, Amazonas, 13 de dezembro de 2021
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O presidente estaria, então, "confundido" a população, quando disse que as perguntas remetiam a "várias, dezenas de vulnerabilidades" sobre o sistema de votação. Ou seja, fazendo acreditar que as Forças Armadas também questionam o TSE.
Entretanto, o Tribunal disse que os questionamentos não tinham esse teor e sim uma "natureza técnica e com diversos graus de complexidade", conforme noticiado.
"Cabe destacar que foram apenas pedidos de informações, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades", afirmou a Corte eleitoral.
Barroso deixará o cargo de presidente TSE na próxima terça-feira (22). Em seguida, quem ocupará a cadeira será o ministro Edson Fachin tendo como vice-presidente o magistrado Alexandre de Moraes.