O governo dos EUA está rejeitando cinicamente o fato de haver um genocídio da população russa na região leste ucraniana de Donbass, disse Anatoly Antonov.
"Isso causa indignação. De que outra forma se pode interpretar o bombardeio de áreas residenciais pelas Forças Armadas ucranianas usando lançadores de foguetes?", disse o embaixador russo nesta quinta-feira (17).
"Os Estados Unidos têm que compreender que existem milhões de russos vivendo na Ucrânia cujos interesses precisam ser garantidos e protegidos. Esta é a garantia do estado da Ucrânia e da integridade territorial", acrescentou.
E ele ainda disse que a postura diplomática age com "um cinismo muito primitivo e rude". Segundo Antonov, "os belos slogans de Washington sobre o mais alto valor dos direitos humanos não valem um centavo".
Em outras oportunidades, o presidente russo, Vladimir Putin, descreveu as atrocidades contra civis na Ucrânia como um genocídio.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu repetidamente seus parceiros ocidentais contra o apoio às tentativas de Kiev de sabotar os acordos de Minsk sobre Donbass e resolver a crise no leste da Ucrânia pela força.
Em violação dos acordos de Minsk, a autoproclamada República Popular de Lugansk (RPL) e a República Popular de Donetsk (RPD) foram bombardeadas pelo Exército ucraniano na quarta-feira (16).
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, acusou Moscou de fazer alegações "falsas" sobre o genocídio no leste da Ucrânia como pretexto para uma "invasão", uma narrativa que os Estados ocidentais vêm divulgando ativamente, conforme denunciou o Ministro das Relações Exteriores russo.
As autoproclamadas RPL e RPD declararam independência no início de 2014, depois de um golpe que derrubou o governo em Kiev.