Ciência e sociedade

Paleontólogos descobrem fóssil de pássaro com 'queixo' próximo à Muralha da China

Os cientistas estavam realizando escavações no sítio arqueológico de Changma, próximo à extremidade noroeste da Muralha da China, quando se depararam com a nova espécie.
Sputnik
Os pesquisadores contaram em artigo da EurekAlert, que nas últimas duas décadas foram encontrados mais de 100 fósseis de pássaros que viveram na época dos dinossauros nessa região, porém a maioria não estava em boas condições e não pôde ser identificada.

"Esses fósseis vêm de um sítio [arqueológico] na China que produziu fósseis de pássaros que são muito parecidos com pássaros modernos, mas todos os fósseis de pássaros descritos até agora não tiveram crânios preservados com os corpos", diz o coautor Jerry Harris, da Universidade de Tecnologia de Utah, nos Estados Unidos.

Mas tudo mudou durante as recentes escavações, dois dos seis pássaros descobertos pelos paleontólogos eram de novas espécies e uma delas, chamada Brevidentavis, possui uma característica especial, um apêndice na mandíbula semelhante a um "queixo".

"Brevidentavis é um pássaro ornithuromorfo com dentes, e em ornithuromorfo com dentes, há um pequeno osso na frente da mandíbula chamado predentário, onde estaria o queixo se os pássaros tivessem queixos", explicou a líder do estudo e pesquisadora do Museu Chicago Field, nos EUA, Jingmai O’Connor.

Jingmai O'Connor durante escavações em sítio arqueológico na China
De acordo com o estudo publicado na revista acadêmica Journal of Systematics and Evolution, o Brevidentavis era capaz de mover e receber estímulos em seu predentário. Os pesquisadores acreditam que o pássaro utilizava o "queixo" para ajudar a encontrar possíveis presas.

"Esses fósseis incríveis são como uma chave que nos permite abrir a porta para um maior entendimento da história evolutiva do crânio em parentes próximos de pássaros vivos. Em uma época em que dinossauros gigantes ainda vagavam pela terra, essas aves eram produtos da evolução, experimentando diferentes estilos de vida na água, no ar, em terra e também diferentes dietas", comentou o co-autor do estudo e pesquisador do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados de Pequim, Tom Stidham.

Comentar