O Memorando de Budapeste sobre Garantias de Segurança é um acordo político assinado por Ucrânia, Rússia, Reino Unido e EUA em 1994 que oferece garantias de segurança por parte de seus signatários com relação à adesão da Ucrânia ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Neste sábado (19), o presidente da Ucrânia Vladimir Zelensky declarou durante o seu discurso na 56ª Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que solicitará negociações entre as partes do Memorando de Budapeste.
O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia foi encarregado de convocar as partes do referido memorando e, se as negociações não ocorrerem ou em resultado delas não haver garantias de segurança para Kiev, "a Ucrânia terá todo o direito de considerar que o Memorando de Budapeste não funciona e todas as decisões relativas ao pacote de 1994 serão postas em questão".
"Eles [na Ucrânia] têm urânio, claro [...] Eles têm combustível nuclear irradiado das suas usinas nucleares. Deste [material] eles podem criar uma chamada 'bomba suja', ou seja, não uma carga para explosão nuclear, mas uma carga para contaminação nuclear. Eles podem fazer isso", explicou especialista.
Isso pode levar com que a Ucrânia se torne um Estado pária, acrescentou Zharikhin.
"Esta [declaração de Zelensky sobre o Memorando de Budapeste] é uma espécie de ativismo diplomático-terrorista que é necessário para estar no centro das atenções", opina especialista.
Respondendo à questão se é possível que haja um cenário em que a Ucrânia obtenha armas nucleares, Zharikhin respondeu: "É claro que é impossível". "Ninguém lhes permitiria que o fizessem", conclui.
De acordo com o tratado, o arsenal nuclear no território da Ucrânia foi eliminado e as potências nucleares comprometeram-se a garantir a segurança a Kiev.