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Mourão diz que vai ser 'difícil' Brasil reconhecer independência da RPL e RPD

Para vice-presidente, deveria haver um plebiscito para que fosse manifestada a vontade da maioria antes da independência ser reconhecida, e afirma que a crise na Ucrânia "não pode ser levada da forma como está".
Sputnik
Nesta quarta-feira (23), o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que o Brasil terá dificuldades em reconhecer a independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL).

"Acho difícil isso aí, não é da nossa visão de relações internacionais. A gente sempre advoga a soberania dos países, e essa questão de separatismo é algo complicado", declarou o vice, ao ser perguntado se há chances de o Brasil também reconhecer a RPD e RPL, segundo a Folha de São Paulo.

Na visão de Mourão, "para haver uma separação dessa natureza, teria que haver um plebiscito, algo assim, de modo que fosse manifestada por uma maioria étnica a vontade de se separar do país ao qual ela pertence".
O vice-presidente também comentou sobre outros movimentos de independência e que a situação no leste da Ucrânia não "pode ser levada da forma como está".
"Temos vários países com problemas [com movimentos separatistas], como a Espanha, e isso não pode ser levado da forma como está sendo levado."
Na segunda-feira (22), após o pedido de independência feito pelos líderes das repúblicas populares ao presidente, Vladimir Putin, o mandatário russo, depois de consultar seu Conselho de Segurança, resolveu atender a solicitação dos representantes e reconheceu a RPL e RPD.
Panorama internacional
Discurso de Vladimir Putin sobre reconhecimento das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk
Como resposta, o Ocidente, principalmente os EUA, aplicaram uma série de sanções à Rússia, as quais Moscou já sinalizou que vai responder "firmemente".
Até o momento, a posição do governo brasileiro sobre a crise havia sido manifestada na segunda-feira (21) pelo embaixador do país na ONU, Ronaldo Costa Filho, durante sessão do Conselho de Segurança da organização.
Na data, Filho defendeu um cessar-fogo imediato, bem como a "retirada abrangente de tropas e equipamentos militares no terreno", no entanto, não citou Putin e evitou qualquer condenação específica à decisão russa de reconhecer os territórios. O discurso do embaixador foi publicado no site do Minstério das Relações Exteriores do Brasil.
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