Joe Biden, presidente dos EUA, disse em um briefing de imprensa na quinta-feira (24) que autorizou novas sanções e restrições de exportação à Rússia ante a crise na Ucrânia.
"Hoje autorizo sanções fortes adicionais, e novas limitações ao que pode ser exportado à Rússia", anunciou.
Biden disse que estas novas sanções restringirão a capacidade da Rússia de realizar negócios nas principais moedas.
"Limitaremos a capacidade da Rússia de realizar transações em dólar, euro, libra esterlina e iene, de fazer parte da economia global", afirmou.
O alto responsável referiu que as sanções dos EUA terão como alvo quatro grandes bancos russos.
"Hoje bloqueamos mais quatro grandes bancos. Isso significa que todos os ativos que eles tiverem na América serão congelados. Isso inclui o VTB, o segundo maior banco na Rússia", revelou ele, e acrescentou que o governo dos EUA estima que essa ação cortará as importações de alta tecnologia da Rússia em mais de metade.
"Pararemos a capacidade deles de financiar e desenvolver as Forças Armadas russas", continuou.
Além disso, segundo o chefe do Executivo, as novas sanções "degradarão" a indústria aeroespacial da Rússia e sua capacidade de construir navios.
"Elas [as sanções] degradarão sua indústria aeroespacial, incluindo seu programa espacial, prejudicarão sua capacidade de construir navios, reduzirão sua capacidade de competir economicamente. Também serão um grande golpe nas ambições estratégicas de longo prazo de [presidente russo Vladimir] Putin, e estamos nos preparando para fazer mais".
Biden declarou não excluir a opção de cortar a Rússia do sistema de pagamentos internacionais SWIFT, apesar de não ser "a posição que o resto da Europa prefere tomar", e que também "está na mesa" sancionar Putin.
O presidente norte-americano disse que as sanções foram desenhadas de forma a maximizar o efeito de longo prazo na Rússia e minimizar o efeito nos EUA e seus aliados.
Outras medidas
Além das sanções, Joe Biden anunciou o destacamento de forças adicionais dos EUA à Alemanha para reforçar o flanco oriental da OTAN na Europa, e relatou ter prometido a Vladimir Zelensky o fornecimento de ajuda humanitária aos ucranianos.
Biden indicou ainda que está trabalhando para evitar a subida dos preços da gasolina.
"À medida que respondemos, nossa administração está usando todas as ferramentas ao nosso dispor para proteger famílias e negócios americanos do aumento dos preços nas bombas de gasolina [...] Os Estados Unidos liberarão barris adicionais de petróleo [das reservas estratégicas], conforme as condições o exigirem", apontou.
"Se a Rússia perseguir ataques cibernéticos contra nossas companhias, nossa infraestrutura crítica, estamos preparados para responder", advertiu o presidente dos EUA.
Ao mesmo tempo, ele informou que não pretende enviar forças dos EUA à Ucrânia para combater a Rússia.
"Nossas forças não vão à Europa para combater na Ucrânia, mas para defender nossos aliados da OTAN e tranquilizar esses aliados no leste", disse Biden.
De acordo com o chefe de Estado, Putin "rejeitou todos os esforços de boa fé que os Estados Unidos, nossos aliados e parceiros fizeram para abordar nossas preocupações de segurança mútuas através do diálogo, para evitar um conflito desnecessário e prevenir o sofrimento humano", e respondeu "sim" à pergunta se crê que o presidente da Rússia avançará além da Ucrânia.
"Ele tem ambições muito maiores na Ucrânia. Ele quer de fato restabelecer a antiga União Soviética. É disso que se trata e penso que suas ambições são completamente contrárias ao lugar a que o resto do mundo chegou", afirmou.
"Não tenho planos para falar com Putin", anteviu Biden.
O presidente norte-americano falou de uma "ruptura completa" nas relações russo-americanas.
"Há uma completa ruptura agora nas relações EUA-Rússia, se elas continuarem no rumo em que estão", comentou.