Kiev está entregando armas em massa e sem controle a civis da Ucrânia, o que levará inevitavelmente a baixas e acidentes, declarou no sábado (26) o Ministério da Defesa da Rússia.
"O regime nacionalista de Kiev entrega em massa e sem controle pequenas armas automáticas, lança-granadas e munições aos moradores ucranianos", afirmou Igor Konashenkov, major-general e porta-voz oficial do Ministério da Defesa da Rússia.
"Os batalhões nacionalistas estão usando veículos, os chamados bandera-mobiles [em referência a Stepan Bandera, colaboracionista nazi ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial], que têm alta mobilidade e estão equipados com armas de fogo de grande calibre ou morteiros", explicou, e lembrou que essa tática é utilizada por terroristas de vários países na Síria.
Além disso, observou o porta-voz russo, os nacionalistas ucranianos seguem implantando lança-foguetes múltiplos e artilharia em áreas residenciais das cidades da Ucrânia.
"Nossos dados de reconhecimento continuam registrando a implantação de unidades de foguetes e artilharia não só em Kiev, mas também em outras cidades ucranianas", afirmou Konashenkov.
O militar sublinhou que a liderança da Ucrânia "declarou diversas vezes que não se encobre atrás de civis e não coloca armamento pesado nas cidades. Essas mentiras flagrantes podem levar a graves consequências".
Ele se referia a vídeos de Kiev, Kharkov e outras cidades, publicadas não apenas pela mídia.
"Isso é feito propositadamente, para provocar ataques de resposta das Forças Armadas russas contra os habitantes dos povoados. A liderança nacionalista ucraniana usa os mesmos métodos que os terroristas", comentou o representante do Ministério da Defesa da Rússia.
"Volto a sublinhar que as Forças Armadas russas não estão realizando quaisquer ataques contra áreas residenciais das cidades ucranianas", apontou Konashenkov.
Segundo disse, "o fato de os nacionalistas ucranianos estarem atraindo civis para as ações de combate levará inevitavelmente a acidentes e baixas".
"Exortamos os habitantes da Ucrânia a não cederem a essas provocações do regime de Kiev, e a não se exporem a si e aos seus entes queridos a sofrimentos desnecessários", advertiu Konashenkov.
O major-general mencionou igualmente um incidente marítimo.
De acordo com ele, 16 lanchas da Marinha ucraniana tentaram durante a tarde de sexta-feira (25) eliminar seus próprios militares que tinham deposto as armas na ilha Zmeiny, mas a ação foi repelida. Isso teria acontecido durante a evacuação da ilha, com os barcos ucranianos usando a "tática de enxame" para atacar navios da Frota do Mar Negro da Rússia. Algumas das lanchas ucranianas fingiam ser embarcações civis.
"O objetivo deste ataque foi, antes de tudo, se vingar dos militares ucranianos que se renderam e acusar o Exército russo de eliminar os prisioneiros. Como resultado do combate naval, foram destruídos seis barcos da Marinha da Ucrânia. Nenhum dos 82 militares ucranianos da ilha Zmeiny foi ferido", contou Igor Konashenkov.
O porta-voz oficial do Ministério da Defesa da Rússia referiu que durante o ataque das lanchas ucranianas, no local passaram drones estratégicos RQ-4 Global Hawk e MQ-9A Ripper.
"Há alta probabilidade de terem sido justamente os veículos aéreos não tripulados que levaram as lanchas ucranianas aos navios da Frota do Mar Negro da Rússia".
Na madrugada de quinta-feira (24) Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou uma operação militar na região de Donbass. A operação começou após um pedido de assistência militar feito pelas recém-reconhecidas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk. Putin disse que toda a responsabilidade pelo sangue derramado recai sobre o governo em Kiev, instou os militares da Ucrânia a não cumprirem as ordens, a deporem as armas e a voltarem para casa.
Segundo o governo russo, as operações na Ucrânia têm como objetivo desmilitarizar o país e o livrar da presença de neonazistas, garantindo a segurança da região de Donbass e da Rússia.