A decisão de cancelar o envio de motores de foguetes para os Estados Unidos é uma retaliação às suas sanções contra a Rússia em função da situação na Ucrânia, justificou Rogozin em declaração nesta quinta-feira (3).
"Não só estamos nos recusando a fornecer esses motores [modelo RD-180], mas também estamos recusando a manutenção dos motores restantes. Estamos falando de mais 24 motores", explicou o diretor da agência espacial russa.
Desde a metade da década de 1990, 122 motores RD-180 foram enviados para os Estados Unidos e 98 foram usados nos foguetes espaciais Atlas.
O diretor também anunciou que a Rússia vai pôr um fim à cooperação em experimentos na Estação Espacial Internacional com a Alemanha.
"Levando em consideração as ações completamente inaceitáveis dos nossos colegas alemães, principalmente do Centro Alemão de Aviação e Cosmonáutica, eu desliguei um dos telescópios de nosso observatório espacial Spektr-RG, localizado a uma distância de 1,5 milhão de quilômetros da Terra no ponto de Lagrange L2. Esta é uma missão internacional completamente civil para explorar o céu estrelado", explicou Rogozin, dizendo que a Rússia tem todos os recursos essenciais para conduzir os experimentos sozinha.
Rogozin disse ainda que o programa espacial russo vai passar por mudanças. Ele explicou que o país vai focar no desenvolvimento de satélites que estejam em sintonia com os interesses tanto da Roscosmos quanto do Ministério da Defesa da Rússia.
Ele salientou que a agência espacial vai garantir que os satélites tenham "dupla função" em razão das "condições em que agora está o nosso país".
No início da semana, Dmitry Rogozin negou as alegações de que a agência espacial russa teria "perdido o controle" de seus satélites, enfatizando que qualquer ataque cibernético contra os satélites do país é um "casus belli", um ato de guerra. O comentário foi em resposta a acusações em contas de redes sociais dizendo que um grupo de hackers associado ao coletivo Anonymous havia "desligado" o centro de controle da Roscosmos.