Panorama internacional

Moscou chama de 'terrorismo' comentário de senador dos EUA que pede 'assassinato' de Putin

O senador norte-americano Lindsey Graham sugeriu que a única maneira de parar a operação especial russa na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, seria alguém na Rússia assassinar o presidente, Vladimir Putin.
Sputnik
Depois da afirmação ter chocado funcionários da Casa Branca, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou o embaixador dos EUA John Sullivan para entregar uma nota de protesto.

"John Sullivan foi notificado de que tal declaração é qualificada pelo Código Penal da Rússia como um atentado contra a vida de um estadista e implica graves consequências, incluindo a acusação", disse o Ministério das Relações Exteriores russo.

O ministério ressaltou que, a menos que Moscou veja uma resposta do governo dos EUA à declaração de Graham, a difícil relação bilateral sofrerá ainda mais.
O senador norte-americano Lindsey Graham questionou em suas redes sociais se há "um Brutus" ou "coronel Stauffenberg mais bem-sucedido" na Rússia, referindo-se ao assassino de Júlio César e a um oficial do Exército alemão que tentou, sem sucesso, matar Adolf Hitler em 1944.
Graham sugeriu que a pessoa que conseguisse "tirar esse cara" estaria fazendo à Rússia e ao mundo "um grande serviço".
"As únicas pessoas que podem consertar isso são o povo russo. Fácil de dizer, difícil de fazer. A menos que você queira viver na escuridão para o resto de sua vida, ficar isolado do resto do mundo na pobreza abjeta e viver na escuridão, você precisa se impor", disse Graham, referindo-se às sanções que os EUA e seus aliados têm aplicado à Rússia desde o início de sua ação militar na Ucrânia.
Presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko, e senadores John McCain e Lindsey Graham felicitam militares ucranianos pelo Ano Novo, 31 de dezembro de 2017.
O presidente russo anunciou em 24 de fevereiro o lançamento de uma "operação militar especial" na Ucrânia, alegando que as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), anteriormente reconhecidas por Moscou como Estados soberanos, precisavam de ajuda diante do "genocídio" protagonizado por Kiev.
Um dos objetivos fundamentais dessa operação, segundo Putin, é a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O chefe de Estado russo pediu aos uniformizados e civis ucranianos que não resistissem à ação e alertou que a Rússia responderia imediatamente a qualquer força externa que a ameaçasse ou atrapalhasse.
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