'Brasil é machista e misógino'
Para ela, o 8 de março "é um dia de luta para todas nós, mulheres, não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro. É uma data que se afirmou historicamente a partir da luta das mulheres da classe trabalhadora espalhadas por vários países da Europa nos primeiros anos, nas primeiras décadas do século XX. É uma data que, apesar da tentativa de o capitalismo usurpar e transformar em uma data comercial ou branda, é de luta, de fúria".
'Receber igual aos homens é importante, mas insuficiente'
"Temos a comemorar o dia 8 de março? Não. Não é um dia de comemoração, é um dia de reflexão. É um dia de construir constantemente 'oitos de março' e constantemente pensar sobre a nossa condição, o que é extremamente desgastante porque é algo que o capitalismo não permite que a gente faça", criticou.
"Isso porque uma mulher pode receber igual ao homem, mas pode chegar em casa executando trabalho doméstico ou terceirizando esse trabalho ao contratar uma imigrante, uma mulher negra. Então a questão da opressão permanece. Não vejo em que isso colabora para o movimento das mulheres. Isso inclusive é usual, é interessante para uma determinada parcela da burguesia no Brasil", observou.