Emmanuel Macron, presidente da França, disse na terça-feira (8) que a Rússia e seu povo devem ser tratados com respeito em meio à situação na Ucrânia, pois uma paz de longo prazo é impossível sem a participação da Rússia.
"Somos responsáveis por manter todos os laços humanos possíveis: continuar falando com os povos russo e belarusso com a ajuda de artistas, intelectuais, cooperação na esfera técnica, comércio e ONGs", apontou o chefe de Estado em uma reunião pré-eleitoral na comuna de Poissy, França.
"Esta é a minha tarefa de continuar falando com os líderes, mesmo que tenhamos diferenças [...] e sempre respeitar a Rússia como um país e o povo russo", acrescentou Macron.
O presidente francês sublinhou que seria impossível falar de uma paz duradoura se a Rússia não for parte da "grande arquitetura da paz" do continente europeu.
A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia nas primeiras horas de 24 de fevereiro, depois que as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk pediram ajuda para se defender contra a agressão de Kiev. A Rússia declarou que o objetivo é "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia, e que apenas a infraestrutura militar ucraniana seria visada.
Moscou sublinhou repetidamente que não tem planos de ocupar a Ucrânia. Segundo Vladimir Putin, presidente da Rússia, o objetivo é proteger o povo de Donbass, "que foi submetido a abusos e genocídios pelo regime de Kiev por oito anos".
Em resposta, os países ocidentais lançaram uma campanha abrangente de sanções contra Moscou, que inclui fechamento do espaço aéreo e medidas restritivas visando vários funcionários e entidades russas, mídia e instituições financeiras. O Ocidente também tem passado por uma onda russofóbica, com diplomatas, organizações culturais e cidadãos da Rússia sofrendo agressões e boicotes.