De acordo com ele, Moscou lamenta a "politização" do projeto econômico.
"Já estamos observando os efeitos do abandono do Nord Stream 2 na disparada dos preços do gás no mercado europeu", disse Birichevsky, acrescentando que "o comissionamento oportuno desse gasoduto teria servido aos interesses da Rússia e da Europa".
Em resposta à operação militar especial da Rússia na Ucrânia, países ocidentais impuseram uma série de novas sanções contra Moscou.
Antes mesmo da operação, os EUA e os europeus já anunciavam medidas contra a Rússia. A Alemanha suspendeu a certificação do Nord Stream 2 após o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL).
Para Birichevsky, o país germânico "se tornou refém do alinhamento artificial com outros interesses políticos".
O Nord Stream 2 é um gasoduto recém-construído, com capacidade de transportar 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, permitindo o trânsito da commodity da costa russa até a Alemanha pelo mar Báltico.
Para ser aprovado, o projeto havia passado por um longo processo de certificação com o órgão regulador alemão. Os EUA, que exportam gás natural liquefeito para a Europa, se opuseram ativamente ao projeto.
Já Moscou defendeu a contenção de qualquer politização do lançamento do Nord Stream 2, argumentando que o projeto comercial é benéfico tanto para a Rússia quanto para a União Europeia (UE).
Consequências catastróficas
O vice-primeiro-ministro russo, Aleksandr Novak, afirmou na última segunda-feira (7) que a Rússia tem o direito de cortar o fluxo de gás via Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1) em retaliação à interdição do lançamento do Nord Stream 2.
Segundo ele, a rejeição do petróleo russo levará a "consequências catastróficas" para o mercado mundial.
"O preço do barril pode chegar a 300 dólares [R$ 1.517]", indicou, lembrando ainda que a "Rússia fornece 40% do gás consumido na Europa e sempre foi um parceiro de confiança".