Descobertas pela primeira vez em 2010, as bolhas receberam o nome de Fermi, em homenagem ao telescópio responsável por sua descoberta. Elas são formadas por grandes estruturas de plasma energético, que emitem raios gama e X, e podem se estender a até 25.000 anos-luz do centro da nossa galáxia.
O novo estudo, publicado na revista acadêmica Nature Astronomy, apresenta a teoria de que essas bolhas seriam formadas por um poderoso jato de energia liberado por um buraco negro supermassivo. Além do novo conceito, os pesquisadores também sugerem um novo nome, bolhas eRosita, dessa vez em homenagem ao telescópio espacial que registrou as melhores imagens do fenômeno.
"Nossas descobertas são importantes no sentido de que precisamos entender como os buracos negros interagem com as galáxias dentro das quais eles estão, porque essa interação permite que esses buracos negros cresçam de maneira controlada, ao invés de [crescerem] incontrolavelmente. Se você acredita no modelo dessas bolhas Fermi ou eRosita como sendo impulsionadas por buracos negros supermassivos, você pode começar a responder a essas importantes perguntas", explicou Mateusz Ruszkowski, astrônomo da Universidade de Michigan, nos EUA, e um dos autores do estudo.
A teoria relacionada ao nome Fermi sugere que as bolhas foram criadas a partir de explosões estelares nucleares. Ruszkowski explica que existe um interesse maior na teoria eRosita, pois ela leva em consideração eventos que acontecem na nossa própria galáxia, ao invés de fenômenos muito distantes.
Pela velocidade com que os dados podem ser adquiridos ao analisar um fenômeno mais próximo da Terra, os pesquisadores acreditam que já é possível afirmar que a teoria de Fermi é a menos provável entre as duas.
"Nós não apenas podemos descartar o modelo de explosões estelares, mas também podemos ajustar os parâmetros necessários para produzir as mesmas imagens, ou algo muito semelhante ao que está no céu, dentro desse modelo de buraco negro supermassivo", disse Ruszkowski.
A líder da pesquisa, a astrônoma Karen Yang, da Universidade Nacional de Tsing Hua, em Taiwan, explica que as novas imagens registradas pelo eRosita capacitaram os cientistas a calcular com precisão os jatos emitidos pelo buraco negro e a "melhor entender o passado da nossa galáxia".