Ciência e sociedade

Cientistas desenvolvem artefato para extrair oxigênio da superfície lunar (FOTOS)

A Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) escolheu uma equipe britânica para liderar o audacioso projeto experimental.
Sputnik
O artefato, que será capaz de extrair entre 50 gramas e 100 gramas de oxigênio da superfície lunar, terá aproveitamento de 70% de extração. Todo o procedimento deverá ser realizado em um período de dez dias, utilizando apenas energia solar.

"O aparato precisa ser compacto, de baixa potência e capaz de voar em uma variedade de potenciais módulos lunares, incluindo o próprio European Large Logistics Lander da ESA, EL3. É necessário que seja capaz de extrair oxigênio da rocha lunar, juntamente aos metais utilizáveis, o que será um divisor de águas para a exploração lunar, permitindo que os exploradores internacionais retornem à Lua para 'viver da terra' sem depender de longas e caras linhas de suprimento terrestre", explicou a ESA em comunicado.

O procedimento em si é relativamente simples, o aparato coletará uma porção do solo da Lua e extrair todo o oxigênio do terreno, coletando também qualquer tipo de metal relevante para a equipe espacial.
Na imagem abaixo é possível observar uma simulação demonstrando o antes e depois do terreno lunar processado. Do lado esquerdo observamos a representação do solo rochoso da Lua e à esquerda a mesma porção de solo, porém após processo de retirada de oxigênio.
Simulação da retirada de oxigênio do solo lunar
De acordo com informações da ESA, aproximadamente 45% do solo lunar é composto por oxigênio, que é o seu elemento de maior abundância. A parte complicada é que esse oxigênio está quimicamente conectado a outros minerais e, portanto, não está disponível para uso imediato.
O protótipo em teste utiliza um processo de eletrólise para separar as moléculas de oxigênio. Os pesquisadores enviam uma corrente elétrica através de uma malha com o solo lunar misturado com sal de cloreto de cálcio fundido e aquecido a uma temperatura de 950 ºC. Atualmente são necessárias 50 horas para extrair 96% do oxigênio e 15 horas para coletar 75%.

"Esta é a hora certa para começar a trabalhar na realização deste demonstrador de utilização de recursos in-situ (ISRU, na sigla em inglês), o primeiro passo em nossa estratégia de implementação de um ISRU maior. Uma vez que a tecnologia seja comprovada usando essa carga útil inicial, nossa abordagem culminará em uma planta ISRU em grande escala na Lua no início da década seguinte", explicou Giorgio Magistrati, pesquisador da ESA e um dos líderes do projeto.

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