Panorama internacional

Morales diz que expansão da OTAN gerou crise ucraniana e chama líderes para campanha contra aliança

Segundo o ex-mandatário boliviano, a OTAN é uma ameaça à paz e à segurança e os objetivos dos EUA ao comandar a aliança estão focados em interesses nos recursos naturais da Ucrânia e em cercar militarmente a Rússia.
Sputnik
Evo Morales, presidente da Bolívia de 2006 a 2019, acredita que as principais razões por trás da crise ucraniana foram a expansão progressiva da OTAN, liderada pelos EUA, e sua interferência nos assuntos internos de outros países.

"Precisamos ver a origem dessa questão, por que essa situação se desenvolveu entre a Rússia e a Ucrânia? A Bolívia tem uma política pacifista e anti-imperialista conforme está consagrada em sua Constituição, e não concordamos que instituições de natureza militar como a OTAN, com os EUA no comando, se expanda e interfira nos assuntos de outros [países]. Essas são as questões", afirmou Morales à Sputnik.

O ex-presidente disse que está considerando lançar uma campanha internacional com líderes da América Latina e de outras regiões para fazer a Aliança Atlântica respeitar a soberania e a integridade territorial de outros países.
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, à direita, e o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, apertam as mãos, Argentina, 4 de novembro de 2021
"Estou em contato com alguns líderes irmãos de movimentos sociais, da Argentina, Equador, Peru, sempre conversando para organizar um movimento […] há uma campanha internacional para dissolver a OTAN, com a luz dos povos" declarou Morales.
De acordo com o ex-presidente, "a OTAN é uma ameaça à paz e à segurança mundiais [...] e se tornará uma ameaça constante à humanidade no caso de nossa inação". Em sua interpretação, o objetivo final dos EUA com a Ucrânia é assumir seus recursos naturais e cercar militarmente a Rússia.
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14º dia da operação especial da Rússia na Ucrânia
Morales também considera que as sanções contra a Rússia terão um impacto econômico inevitável no resto do mundo, atraindo "consequências econômicas tanto para os Estados Unidos quanto para a Europa".
Sobre Washington, o ex-mandatário boliviano diz que o governo norte-americano "usa alguns presidentes, alguns governos, não os povos, [fazendo] chantagens, condições, ameaças, para que aceitem essa condenação da Rússia", afirmou.
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