Panorama internacional

Boicote ao gás e petróleo russo 'pode causar pobreza em massa na Alemanha', diz ministro alemão

Ministro pede prudência e alerta que a paralisação imediata de suprimentos pode prejudicar mais a população da Alemanha do que Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Sputnik
O ministro da Economia e Energia da Alemanha, Robert Habeck, concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (14) para pedir prudência aos políticos e à população alemã, uma tentativa de acalmar a sanha nacional por sanções contra o governo da Rússia.
Segundo ele, "um boicote imediato ao fornecimento de gás e petróleo russo" poderia prejudicar mais a Alemanha do que Vladimir Putin, trazendo desemprego em massa e pobreza ao país.
"Se apertarmos um botão imediatamente, haverá escassez de oferta, até mesmo paradas de oferta na Alemanha", disse o ministro, ao responder uma pergunta sobre a busca europeia para diversificar seus suprimentos de energia no médio prazo.
Membro do Partido Verde alemão, o ministro previu ainda "que pessoas não conseguirão aquecer suas casas, ou ficarão sem gasolina", caso a Alemanha pare de usar petróleo e gás russos.
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Poucas outras economias ocidentais são tão dependentes da energia russa como a Alemanha, escreve o portal The Guardian. Cerca de 55% do gás natural, 52% do carvão e 34% do óleo mineral usado no país vêm da Rússia.
Habeck disse que seu governo está trabalhando duro para garantir que a Alemanha esteja em posição de desistir do carvão russo até o verão e eliminar gradualmente o petróleo russo até o final do ano, mas que uma proibição de curto prazo do gás russo pode deixar seu país exposto.
"Com carvão, petróleo e até gás, estamos passo a passo no processo de nos tornarmos independentes", comentou, acrescentando que "não podemos fazer isso em um instante".

"Isso é amargo, e moralmente não é uma coisa legal de se confessar, mas ainda não podemos fazer isso", afirmou.

Dependendo das previsões de vários thinktanks e institutos econômicos, uma parada imediata nas entregas de gás russo poderia reduzir o PIB da Alemanha em até 5,2%.
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