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Carlos França critica decisão unilateral sobre status comercial da Rússia: faltou diálogo coletivo

Para chanceler brasileiro, decisão unilateral prejudica não só a Rússia como as nações que apoiaram a medida e outras que não participaram dela, como o Brasil. Em sua visão, diálogo sobre o assunto deveria ter sido "multilateral".
Sputnik
Nesta segunda-feira (14), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Alberto França, criticou a decisão de países que integram a Organização Mundial do Comércio (OMC) de rebaixar o status comercial da Rússia de forma unilateral, sem discussão no âmbito da entidade.
Durante uma aula magna nesta manhã (14) para estudantes do curso de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília, o chanceler disse que a medida unilateral o preocupa e cobrou discussões no âmbito da entidade antes da formalização de novas resoluções, segundo o G1.
"O Canadá fez isso [rebaixou o status comercial], outros seguiram, não tenho a lista extensiva. Mas isso me preocupa, porque essa era uma decisão que, penso eu, ficava melhor tomada se fosse dentro do sistema multilateral de comércio", afirmou França de citado pela mídia.
Sobre as sanções aplicadas contra Moscou, o ministro acredita que as mesmas deveriam ser adotadas após uma deliberação coletiva do organismo internacional.
"Isso [uma decisão multilateral] não ocorre, e eu não acho que isso faça bem para o sistema multilateral de comércio nem para os interesses de um país como Brasil, que tem justamente no multilateralismo a sua força", destacou França.
Em Moscou, o chanceler brasileiro, Carlos França (à esquerda), e o chanceler russo, Sergei Lavrov (à direita), participam de coletiva de imprensa, em 16 de fevereiro de 2022
Na sexta-feira (11), os EUA, junto aos Estados-membros da União Europeia e países do G7 estabeleceram a revogação do status comercial de "nação mais favorecida" da Rússia, conforme noticiado.
De acordo com o G1, sob esta decisão, as tarifas sobre produtos russos aumentarão e podem estar sujeitas a uma taxa de 35% ao chegar nesses países.
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