Manhã com Sputnik Brasil: destaques desta segunda-feira, 14 de março

Em busca de novos fornecedores de fertilizantes para o Brasil diante da ameaça de escassez após escalada da crise na Ucrânia, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, iniciou visita ao Canadá, no sábado (12). De acordo com nota emitida pela pasta, o principal objetivo da visita é "suprir esses possíveis gargalos de fornecimento que a gente possa vir a ter, devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia". Durante sua viagem, a ministra deve se reunir com empresários e integrantes do governo canadense para discutir a possibilidade de mais exportações de potássio para o Brasil. Além disso, estão programadas reuniões com presidentes de companhias produtoras e exportadoras de potássio no Canadá.

Neste domingo (13), o programa Fantástico, da TV Globo, exibiu uma reportagem especial sobre os resultados da investigação do aplicativo de mensagens Telegram. Uma equipe da RBS TV, no decorrer de um mês, monitorou 44 grupos e canais no aplicativo, criado pelo russo Pavel Durov, e encontrou negociações de drogas, comércio de dinheiro falso, propaganda nazista, crimes de tortura a animais e até um esquema de venda de certificados falsos de vacinação. O esquema para inserir certificados fake no ConecteSUS é ofertado em grupos de usuários de Porto Alegre e Gravataí, no Rio Grande do Sul. O Tribunal Superior Eleitoral brasileiro já manifestou preocupação com o impacto que o Telegram pode ter nas eleições presidenciais que se aproximam.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à Sputnik, no domingo (13), que os negociadores da Rússia e Ucrânia vão reiniciar as negociações nesta segunda-feira (14). Segundo confirmou um membro da delegação ucraniana, as negociações ocorreram em formato de videoconferência. O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou que o objetivo da delegação ucraniana em diálogo com a Rússia é obter certas garantias e tentar organizar um encontro com o presidente russo Vladimir Putin. "Nosso objetivo é que nesta luta, neste complexo trabalho de negociações, a Ucrânia obtenha o resultado necessário, que é necessário para nós. Para paz, para segurança. Assim que nós recebamos garantias, normais e efetivas", afirmou o chefe de Estado. Enquanto isso, ontem (13), a Defesa russa informou que ataques de alta precisão das Forças Armadas da Rússia contra centros militares ucranianos em Starichi e no polígono Yavorovsky resultaram na eliminação de até 180 mercenários estrangeiros e de armamento de produção estrangeira. Já hoje (14), Crimeia e Donbass foram ligadas por um corredor terrestre, e as tropas russas assumiram controle sob a autoestrada entre Mariupol e Crimeia.

Os Estados Unidos condenam o ataque de míssil iraniano contra Arbil e vão apoiar o governo iraquiano em responsabilizar o Irã, disse hoje (14) o assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan. Segundo relatos da mídia iraniana, 12 foguetes caíram perto do consulado norte-americano e da estação de TV Kurdistan 24 em Arbil, capital do Curdistão iraquiano, na noite do sábado (12). Logo depois, o Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica assumiu responsabilidade pelo ataque, afirmando terem alvejado os dois centros de treinamento do Mossad para forças israelenses. "Os EUA estão com o primeiro-ministro Kadhimi e os líderes do Curdistão iraquiano, o presidente Nechirvan Barzani e o premiê Masrour Barzani, para condenar essa violação da soberania do Iraque e do Curdistão iraquiano. Nós vamos apoiar o governo do Iraque em fazer o Irã responsável, e vamos apoiar nossos parceiros em todo o Oriente Médio para confrontar ameaças semelhantes a partir do Irã", ressaltou Sullivan em comunicado.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou nesta segunda-feira (14) que a situação na Ucrânia e as ações da Rússia apontam a necessidade de reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas e de criar uma nova "ordem mundial". "O ataque da Rússia, que é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, aponta a necessidade de organizar uma nova ordem mundial", disse Kishida em frente aos parlamentares, acrescentando ainda que, "com os países predispostos às reformas, vamos continuar nossos esforços em reformar o Conselho de Segurança e a ONU". No que diz respeito a uma onda de sanções contra Moscou pela operação militar na Ucrânia, o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, informou que os países ocidentais já congelaram quase a metade, ou aproximadamente US$ 300 bilhões (R$ 1,52 bilhão), das reservas de ouro da Rússia. Segundo ele, o congelamento das contas do Banco Central da Rússia e do governo pode ser visto como o desejo do Ocidente de organizar um default artificial na Rússia. Por sua vez, o MRE russo disse que Moscou não mudará o curso da operação especial militar na Ucrânia nem mesmo sob pressão de sanções.

Os Estados Unidos vêm abusando de sua posição como país-sede das Nações Unidas para obter ganhos políticos, disse à Sputnik Pyotr Ilichev, chefe do Departamento das Organizações Internacionais do MRE russo. Nos últimos tempos, "os EUA estão cada vez mais abusando de sua posição como país-sede da ONU para obter benefícios políticos unilaterais e pressionar missões de outros países", afirmou. O diretor ressaltou ainda que tais ações de Washington violam as normas internacionais fundamentais, inclusive as consagradas nas convenções de Viena de 1961 e 1963. Anteriormente, 12 diplomatas da missão permanente da Rússia na ONU e seus familiares desembarcaram na Rússia após terem sido anunciados personae non grata pelos EUA e ordenados a sair do país até 7 de março.