Panorama internacional

Banco Mundial: sanções contra Rússia pesarão mais no PIB global do que operação militar na Ucrânia

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, afirmou que as sanções impostas contra a Rússia vão afetar a economia global em maior grau que a operação militar especial russa na Ucrânia.
Sputnik
Durante um evento organizado pelo The Washington Post nesta segunda-feira (14), o presidente do Banco Mundial (BM), David Malpass, sugeriu que o produto interno bruto (PIB) da Ucrânia deve cair cerca de 30% ou mais em 2022 como resultado do conflito estabelecido no país, o que "é substancial dentro do PIB global".

"Acho que o impacto ainda maior no PIB global vem das sanções contra a própria Rússia. E a Rússia é uma economia grande o suficiente, embora eu tenha que salientar, vocês sabem, que sua renda per capita caiu [se comparada com a da] China [...] Não é um fator tão grande no PIB global, talvez US$ 1,5 trilhão [cerca de R$ 7,7 trilhões]. E vai desacelerar tremendamente como resultado das sanções", acrescentou.

Malpass observou que outras partes do mundo poderiam compensar alguns desses suprimentos.
"Haverá uma grande reação quando se trata do fornecimento de energia fora da Rússia e fornecimento de alimentos fora da Rússia e da Ucrânia. E essas respostas historicamente têm sido [...] elas têm sido rápidas. Não quero ser muito otimista. O setor agrícola deve demorar aproximadamente um ano para se ajustar. Mas acho que pode haver mais oferta em outros lugares, e isso suaviza o golpe no PIB global", disse ele.
Inúmeros países condenaram a operação militar especial que a Rússia lançou na Ucrânia em 24 de fevereiro em auxílio às repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e ativaram várias baterias de sanções individuais e setoriais que buscam infligir o maior dano possível à economia russa.
Pela primeira vez, as sanções incluem a desconexão de diversos bancos da Rússia do sistema SWIFT, a imobilização das reservas internacionais de seu Banco Central e, no caso de países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália, há embargo de importação de petróleo russo.
Dezenas de empresas anunciaram no final de fevereiro a decisão de suspender seus negócios na e com a Rússia.
De acordo com o banco de dados Castellum.AI, a Rússia é agora o país mais atingido pelas sanções, à frente do Irã, Síria e Coreia do Norte. Desde meados de fevereiro, quase 3.650 novas medidas restritivas foram ativadas em relação à Rússia, além de mais de 2.750 que já estavam em vigor.
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