A impressionante estátua foi recebida em 1965, logo após a inauguração do museu, e havia sido catalogada de maneira errada por funcionários da instituição. O equívoco foi descoberto em 2017 e somente agora, em março de 2022, a relíquia foi colocada em exposição.
A estátua é datada do século IV a.C. e impressiona com seu 1,74 metro de altura e 350 quilos, uma rara representação humana em tamanho real. Apesar de ter sido encontrada quebrada ao meio, a relíquia está em ótimas condições de preservação. A origem da peça segue sendo um mistério.
"Nós não sabemos nada sobre essa estela específica ou como ela chegou ao museu. Apenas sabemos que esteve no museu durante muito tempo, desde a sua fundação. Foi uma missão muito difícil e complicada restaurá-la e colocar em exposição porque ela é muito pesada e não tem base, então não é estável", explicou a restauradora do Museu de Israel Laura A. Peri, em entrevista ao The Jerusalem Post.
Laura trabalhou por cinco anos na restauração do Senhor do Deserto que, segundo a especialista, é um objeto "muito antigo e impressionante, realmente único, e agora finalmente está disponível para a apreciação do público".
"Não existe outro objeto como este no mundo. As imagens esculpidas figurativas são excepcionais e a peça é de tamanho monumental. Quando o esculpiram, esculpiram-no por todos os lados e enfatizaram os olhos e a boca, o longo colar e o cinto com a adaga", analisou a restauradora.
Representação artística da estátua Senhor do Deserto
Esta estátua é considerada uma estela, tipo de construção normalmente utilizada para representar deuses, ancestrais importantes e que também é comumente encontrada junto de lápides.
De acordo com uma pesquisa preliminar realizada por Laura Peri, a suspeita é de que a estátua tenha sido feita no norte do deserto da Arábia ou no sul da Jordânia. A restauradora também comentou que uma estátua semelhante ao Senhor do Deserto foi encontrada na Arábia Saudita.