Vladimir Zelensky, presidente da Ucrânia, declarou nesta terça-feira (15) que já recebeu indicações suficientes de que o país não será Estado-membro da OTAN.
"Está claro que a Ucrânia não é membro da OTAN, nós entendemos isso, somos pessoas dignas. Durante anos ouvimos de supostas portas abertas, mas agora também ouvimos que não poderemos entrar lá, e isso é verdade, é necessário reconhecer isso", disse ele em reunião dos líderes de países da Força Expedicionária Conjunta do Reino Unido, que é integrada por mais nove países nórdicos e bálticos.
Ele acrescentou que a Ucrânia não pretende reivindicar a ativação do artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, que requer que todos os Estados-membros defendam um que tenha sido atacado.
A Rada Suprema, parlamento ucraniano, aprovou duas emendas em dezembro de 2014 que renunciam o status não alinhado da Ucrânia. Em fevereiro de 2019, o parlamento adotou novas emendas que consagraram o rumo do país em direção à União Europeia e à OTAN, tornando, assim, a Ucrânia o sexto país a receber o status de parceiro da Aliança Atlântica com possibilidades alargadas.
O presidente da Ucrânia pediu que fosse aumentado o fornecimento de armas ao país em meio à operação especial da Rússia.
"Vocês sabem de que armas precisamos, todos sabem. Vocês sabem de que meios de defesa precisamos, vocês sabem do que precisamos vitalmente – de aeronaves. Sem os esforços de vocês seria muito difícil para nós. Agradeço novamente, mas entendam, precisamos de mais."
"A quantidade que vocês dão para uma semana, nós usamos em 20 horas, então [são] troféus, então [é uma] luta difícil [...]. Nós queremos muito que nos ajudem, tenho a certeza que conseguirão aumentar o volume", indicou o alto responsável.
O presidente ucraniano também pretende que seja criado um mecanismo de influência nas corporações que ainda não deixaram a Rússia.
"Muitas corporações internacionais ainda não saíram do mercado russo, apesar de terem sido introduzidas fortes sanções. Vocês conhecem todas essas marcas [...] Algumas empresas afirmaram que saíram, mas na realidade elas estão simplesmente esperando qual será o desfecho, e quando será possível regressar ao mercado russo", segundo Zelensky.
"A Nestlé, por exemplo, ainda está no comércio [...]. A Philip Morris ainda está ganhando dinheiro [...] Raiffeisen e outros bancos estão gastando dinheiro [...]. E entre aqueles que dizem ter deixado o mercado russo há empresas que nem mesmo demitem ninguém", detalhou.
Ele afirmou que tudo isso comprova uma "traição à Ucrânia".
"O que isso indica? Uma traição, traição à Ucrânia, para ser sincero, como com o céu [em referência à não implementação de uma zona de exclusão aérea no país pela OTAN] [...] Não há hoje nenhum mecanismo de influência internacional nas corporações. Se eles ignoram sangue, o mundo não pode fazer nada [...]. É preciso decidir, decidir agora", apontou Zelensky.
Ele também exortou a proibir todos os portos mundiais aos navios russos, desligar completamente os bancos russos do sistema de pagamentos SWIFT, declarar a Rússia um "Estado terrorista" e embargar todo o comércio com o país.