Panorama internacional

OMS suspende avaliação da vacina russa Sputnik V por dificuldades técnicas relacionadas a sanções

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu temporariamente a avaliação da vacina russa contra o coronavírus Sputnik V devido a dificuldades técnicas causadas por restrições fruto das sanções à Rússia.
Sputnik
Nesta quarta-feira (16), a assistente do diretor-geral da OMS, Mariângela Simão, disse que uma nova data para uma visita à Rússia vai ser determinada pelo órgão o mais rápido possível.

"Sim, nesta semana supostamente deveríamos estar realizando inspeções na Rússia, a partir de 7 de março, e essas inspeções foram adiadas para uma data posterior. Bem, a avaliação com inspeções foi afetada por causa dessa situação, e mesmo em relação à situação das opções de voo, e também financeira. Estas mais operacionais relacionadas ao suporte aos cartões de crédito […] Isso está sendo discutido com o solicitante russo e novas datas serão definidas o mais breve possível", disse Simão à Sputnik.

A Sputnik V cria uma resposta imune mais forte e duradoura contra a COVID-19, inclusive a variante Ômicron, do que muitas outras vacinas, o que foi confirmado em uma pesquisa comparativa conduzida pelo Instituto Nacional para Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani, na Itália.
Foi revelado que, em comparação com a vacina da Pfizer, a Sputnik V tem 2,1 vezes mais anticorpos neutralizantes contra a Ômicron em geral e 2,6 vezes mais anticorpos três meses após a vacinação.
Já a Sputnik Light é uma vacina de uma única dose baseada no adenovírus recombinante humano do sorotipo 26 (Ad26), também usado como primeiro componente da Sputnik V. Ela foi aprovada em mais de 30 países com população total de mais de 2,5 bilhões, enquanto a Sputnik V foi aprovada em 71 países com população total de mais de quatro bilhões.
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Entenda o impedimento

Muitos países ocidentais começaram a impor sanções contra a Rússia depois que o presidente Vladimir Putin reconheceu as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk como Estados soberanos em 21 de fevereiro, lançando, três dias depois uma operação especial militar na Ucrânia, depois que ambas as repúblicas solicitaram ajuda diante da agressão de Kiev.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, a missão é direcionada à infraestrutura militar ucraniana e não tem alvos civis.
Como resultado da operação especial, a Ucrânia rompeu relações diplomáticas com a Rússia, impôs lei marcial em todo o território nacional, além de toque de recolher em Kiev e outras cidades, decretou mobilização geral e instou a comunidade internacional a ativar "todas as sanções possíveis" contra o líder russo.
Em um caso sem precedentes, restrições individuais foram estendidas ao presidente russo e ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, enquanto que sanções setoriais, também pela primeira vez, incluem a desconexão da Rússia do sistema SWIFT, a paralisação das reservas internacionais de seu Banco Central, o fechamento do espaço aéreo para as companhias aéreas russas bem com o encerramento de operadoras de crédito como Visa e Mastercard e a censura a meios de comunicação ligados ao Kremlin.
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